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S&P diz que ratings da Ásia estão sob risco

No entanto, os governos locais podem ser ajudados por seus fortes balanços financeiros

Mesmo com reforço dos balanços, os governos asiáticos terão opções limitadas para lidar com uma crise global em comparação com a resposta dada em 2008 (AFP/Stan Honda)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2012 às 09h20.

Sydney - A crise de dívida da Europa impõe um crescente risco para os ratings da região Ásia-Pacífico, segundo a agência de classificação de risco Standard & Poor's. Como os problemas na Europa ainda ameaçam causar distúrbios nos mercados financeiros, os governos da Ásia podem ser ajudados por seus fortes balanços financeiros, mas terão opções limitadas para lidar com uma crise global em comparação com a resposta dada em 2008, de acordo com a S&P.

"Está claro que os riscos globais aumentaram e que será um ambiente operacional mais desafiador, mesmo para a região Ásia-Pacífico", disse Ian Thompson, diretor-gerente e diretor de crédito da S&P, em uma entrevista à Dow Jones. "Um deslocamento nos mercados de financiamento globais também tem potencial para prejudicar o crédito na Ásia-Pacífico", acrescentou.

As declarações de Thompson foram feitas após a S&P rebaixar os ratings de vários países da zona do euro, inclusive retirando da França e da Áustria a classificação como triplo A, o que renovou os receios dos investidores sobre o início de uma turbulência nos mercados similar à que ocorreu durante a crise financeira global que começou em 2008.

Embora a região Ásia-Pacífico deva ser ajudada por seu crescimento econômico relativamente forte - e seus balanços financeiros possam ser uma proteção contra uma crise liderada pela Europa -, os governos na Ásia ainda não têm o poder de fogo necessário para efetivamente estimular suas economias, afirmou Thompson, observando que a demanda por exportações ainda não foi desligada da Europa.

Coreia do Sul, Japão e Cingapura estão entre as economias guiadas por exportações que já tiveram sua demanda prejudicada pela crise de dívida europeia. A economia da Austrália também é vulnerável, já que o boom da mineração no país está fortemente ligado ao crescimento asiático. Se a demanda por exportações continuar se enfraquecendo, então os países, as empresas e os bancos da Ásia poderão sentir os efeitos negativos, afirmou Thompson.

Embora os bancos asiáticos no geral tenham bases de depósitos fortes, as instituições sul-coreanas e australianas podem sofrer impacto de qualquer deterioração nas condições de financiamento globais, segundo Thompson. Os bancos australianos, considerados entre os mais seguros do mundo, recentemente tiveram de pagar um prêmio alto para os investidores quando emitiram bônus cobertos na Europa.

Ainda assim, a S&P está otimista com relação à China, que deverá evitar uma desaceleração brusca (hard landing) da economia em seguida a um período de aperto monetário. A redução da inflação na China e sinais de crescimento mais lento levantaram especulações de que o governo poderia afrouxar as condições de crédito reduzindo mais a taxa do compulsório bancário. "A China é capaz de cuidar de si mesma. O país possui um balanço financeiro forte e tem capacidade para dar suporte ao consumo doméstico", afirmou Thompson. As informações são da Dow Jones.

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Sydney - A crise de dívida da Europa impõe um crescente risco para os ratings da região Ásia-Pacífico, segundo a agência de classificação de risco Standard & Poor's. Como os problemas na Europa ainda ameaçam causar distúrbios nos mercados financeiros, os governos da Ásia podem ser ajudados por seus fortes balanços financeiros, mas terão opções limitadas para lidar com uma crise global em comparação com a resposta dada em 2008, de acordo com a S&P.

"Está claro que os riscos globais aumentaram e que será um ambiente operacional mais desafiador, mesmo para a região Ásia-Pacífico", disse Ian Thompson, diretor-gerente e diretor de crédito da S&P, em uma entrevista à Dow Jones. "Um deslocamento nos mercados de financiamento globais também tem potencial para prejudicar o crédito na Ásia-Pacífico", acrescentou.

As declarações de Thompson foram feitas após a S&P rebaixar os ratings de vários países da zona do euro, inclusive retirando da França e da Áustria a classificação como triplo A, o que renovou os receios dos investidores sobre o início de uma turbulência nos mercados similar à que ocorreu durante a crise financeira global que começou em 2008.

Embora a região Ásia-Pacífico deva ser ajudada por seu crescimento econômico relativamente forte - e seus balanços financeiros possam ser uma proteção contra uma crise liderada pela Europa -, os governos na Ásia ainda não têm o poder de fogo necessário para efetivamente estimular suas economias, afirmou Thompson, observando que a demanda por exportações ainda não foi desligada da Europa.

Coreia do Sul, Japão e Cingapura estão entre as economias guiadas por exportações que já tiveram sua demanda prejudicada pela crise de dívida europeia. A economia da Austrália também é vulnerável, já que o boom da mineração no país está fortemente ligado ao crescimento asiático. Se a demanda por exportações continuar se enfraquecendo, então os países, as empresas e os bancos da Ásia poderão sentir os efeitos negativos, afirmou Thompson.

Embora os bancos asiáticos no geral tenham bases de depósitos fortes, as instituições sul-coreanas e australianas podem sofrer impacto de qualquer deterioração nas condições de financiamento globais, segundo Thompson. Os bancos australianos, considerados entre os mais seguros do mundo, recentemente tiveram de pagar um prêmio alto para os investidores quando emitiram bônus cobertos na Europa.

Ainda assim, a S&P está otimista com relação à China, que deverá evitar uma desaceleração brusca (hard landing) da economia em seguida a um período de aperto monetário. A redução da inflação na China e sinais de crescimento mais lento levantaram especulações de que o governo poderia afrouxar as condições de crédito reduzindo mais a taxa do compulsório bancário. "A China é capaz de cuidar de si mesma. O país possui um balanço financeiro forte e tem capacidade para dar suporte ao consumo doméstico", afirmou Thompson. As informações são da Dow Jones.

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