Roubo de US$ 65 mi lança dúvidas sobre segurança do bitcoin
Ataque destaca que o setor ainda não resolveu questões fundamentais de segurança, apesar de passar anos aprendendo com os erros e melhorando a infraestrutura
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 18h30.
Parecia que a Bitfinex, uma bolsa de bitcoins , estava fazendo tudo certo. Mas isso não impediu que hackers roubassem US$ 65 milhões.
O último de uma longa lista de ataques contra a moeda digital desde seu nascimento em 2009 foi particularmente indignante para a comunidade do bitcoin.
Não apenas a Bitfinex era a maior bolsa para transações em dólar, mas também o ataque destaca que o setor ainda não resolveu questões fundamentais de segurança, apesar de passar anos aprendendo com os erros e melhorando a infraestrutura.
Embora o incidente tenha motivado pedidos de auditorias em certas partes do setor, os especialistas não antecipam que as investigações revelem novas formas de fortalecer radicalmente a proteção.
Um fato mais revelador, segundo eles, é que a disposição da comunidade a difamar os afetados e a não dar a mínima para a necessidade de soluções para todo o setor é sinal de que ela está condenada a sofrer o mesmo problema outra vez.
“Existe uma velha tradição de culpar as vítimas na comunidade do bitcoin”, disse Emin Gun Sirer, professor de informática da Universidade Cornell que pesquisa sobre a moeda.
“Mas quando há um histórico de seis anos de roubos importantes e quase constantes, em algum momento é preciso parar de driblar a responsabilidade.”
Avanços
Isso não quer dizer que a segurança do bitcoin não tenha avançado muito, graças às iniciativas de milhares que trabalham e se oferecem como voluntários para melhorar a moeda digital.
Desde que Mt. Gox – que um dia foi a maior bolsa do mundo – foi hackeada e perdeu US$ 450 milhões no começo de 2014, a maioria das plataformas adotou fortes medidas de segurança, entre elas contas de clientes segregadas, auditorias externas dos sistemas e autenticação de dois fatores para proteger os logins.
Após um ataque de hackers considerado “impossível” há apenas um ano, os defensores do bitcoin estão correndo para achar soluções. Alguns afirmam que a tecnologia atual é suficientemente robusta para impedir a entrada de hackers, mas a implementação precisa melhorar. Por exemplo, os indivíduos podem se proteger armazenando bitcoins em carteiras individuais em vez de bolsas, que continuam sendo alvo de ataques.
Uma solução mais radical é utilizar a tecnologia para punir os ladrões. Recentemente, hackers desviaram cerca de US$ 60 milhões de ethereum, a segunda moeda digital mais popular do mundo depois do bitcoin.
A comunidade reagiu adotando o chamado “hard fork”, que na prática migrou os usuários para uma nova versão do ethereum onde o roubo nunca aconteceu.
A decisão provocou a rebelião de uma parcela importante da comunidade, que afirmou que invalidar o roubo infringia a crença do ethereum no livre mercado.
Regulamentação
Diante de medidas tão extremas, há quem diga que está na hora de a comunidade do bitcoin considerar uma forma de regulamentação, autoimposta ou com a assistência de governos.
A chave, segundo eles, será educar os reguladores para que eles não desacelerem a inovação em nome da proteção ao consumidor.
Alguns, entre eles a BitGo, a sócia de segurança da Bitfinex, começaram a trabalhar com auditores como a Deloitte para padronizar os requerimentos de segurança para o setor, ainda que não esteja claro quem garantiria o cumprimento das diretrizes e como.
Os investidores querem soluções. Kay Van-Petersen, estrategista da Saxo Capital Markets, evitava a Bitfinex, mas perdeu um décimo de seu investimento em bitcoins porque os preços caíram após o ataque. “Toda vez que uma bolsa é hackeada, pega mal para todos”, disse ele.
Parecia que a Bitfinex, uma bolsa de bitcoins , estava fazendo tudo certo. Mas isso não impediu que hackers roubassem US$ 65 milhões.
O último de uma longa lista de ataques contra a moeda digital desde seu nascimento em 2009 foi particularmente indignante para a comunidade do bitcoin.
Não apenas a Bitfinex era a maior bolsa para transações em dólar, mas também o ataque destaca que o setor ainda não resolveu questões fundamentais de segurança, apesar de passar anos aprendendo com os erros e melhorando a infraestrutura.
Embora o incidente tenha motivado pedidos de auditorias em certas partes do setor, os especialistas não antecipam que as investigações revelem novas formas de fortalecer radicalmente a proteção.
Um fato mais revelador, segundo eles, é que a disposição da comunidade a difamar os afetados e a não dar a mínima para a necessidade de soluções para todo o setor é sinal de que ela está condenada a sofrer o mesmo problema outra vez.
“Existe uma velha tradição de culpar as vítimas na comunidade do bitcoin”, disse Emin Gun Sirer, professor de informática da Universidade Cornell que pesquisa sobre a moeda.
“Mas quando há um histórico de seis anos de roubos importantes e quase constantes, em algum momento é preciso parar de driblar a responsabilidade.”
Avanços
Isso não quer dizer que a segurança do bitcoin não tenha avançado muito, graças às iniciativas de milhares que trabalham e se oferecem como voluntários para melhorar a moeda digital.
Desde que Mt. Gox – que um dia foi a maior bolsa do mundo – foi hackeada e perdeu US$ 450 milhões no começo de 2014, a maioria das plataformas adotou fortes medidas de segurança, entre elas contas de clientes segregadas, auditorias externas dos sistemas e autenticação de dois fatores para proteger os logins.
Após um ataque de hackers considerado “impossível” há apenas um ano, os defensores do bitcoin estão correndo para achar soluções. Alguns afirmam que a tecnologia atual é suficientemente robusta para impedir a entrada de hackers, mas a implementação precisa melhorar. Por exemplo, os indivíduos podem se proteger armazenando bitcoins em carteiras individuais em vez de bolsas, que continuam sendo alvo de ataques.
Uma solução mais radical é utilizar a tecnologia para punir os ladrões. Recentemente, hackers desviaram cerca de US$ 60 milhões de ethereum, a segunda moeda digital mais popular do mundo depois do bitcoin.
A comunidade reagiu adotando o chamado “hard fork”, que na prática migrou os usuários para uma nova versão do ethereum onde o roubo nunca aconteceu.
A decisão provocou a rebelião de uma parcela importante da comunidade, que afirmou que invalidar o roubo infringia a crença do ethereum no livre mercado.
Regulamentação
Diante de medidas tão extremas, há quem diga que está na hora de a comunidade do bitcoin considerar uma forma de regulamentação, autoimposta ou com a assistência de governos.
A chave, segundo eles, será educar os reguladores para que eles não desacelerem a inovação em nome da proteção ao consumidor.
Alguns, entre eles a BitGo, a sócia de segurança da Bitfinex, começaram a trabalhar com auditores como a Deloitte para padronizar os requerimentos de segurança para o setor, ainda que não esteja claro quem garantiria o cumprimento das diretrizes e como.
Os investidores querem soluções. Kay Van-Petersen, estrategista da Saxo Capital Markets, evitava a Bitfinex, mas perdeu um décimo de seu investimento em bitcoins porque os preços caíram após o ataque. “Toda vez que uma bolsa é hackeada, pega mal para todos”, disse ele.