Reação ao Copom, PIB dos EUA, BCE, Vale e Petrobras e o que move o mercado
Bolsas internacionais operam de forma mista à espera de dados americanos e decisão monetária na Europa
Guilherme Guilherme
Publicado em 28 de outubro de 2021 às 07h11.
Última atualização em 28 de outubro de 2021 às 07h49.
Em dia de agenda cheia nas principais economias do mundo, as bolsas internacionais operam de forma mista na manhã desta quinta-feira, 28, com o mercado europeu oscilando entre perdas e ganhos e os futuros americanos apresentando apenas ligeiras altas.
No Brasil, investidores devem reagir à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) , que elevou a taxa básica de juros em 150 pontos-base na última noite, com a Selic passando de 6,25% para 7,75% ao ano. A alta de juro representou uma aceleração no ritmo do ciclo de ajustes, que vinha sendo de 100 em 100 bps. Para a próxima reunião foi sinalizado um novo ajuste de “mesma magnitude”, ou seja, de 150 bps.
Já esperada pelo mercado, a postura mais dura do Banco Central chegou a ser elogiada por investidores, que veem como necessário um aperto monetário diante dos elevados níveis de inflação e riscos fiscais.
Após a decisão, parte do mercado revisou para cima suas projeções para o fim do ciclo de alta da juros, com Selic acima de 10% se tornando consenso entre economistas, que ainda esperam por novos ajustes no primeiro semestre do ano que vem.
BCE dovish
Nesta quinta, será a vez do Banco Central Europeu (BCE) definir sua política de juros em meio a pressões para que adote um tom mais contracionista para controlar a inflação, que se acelera no continente. No entanto, a expectativa é de que as taxas se mantenham estáveis em níveis altamente estimulativos.
Para analistas do europeu ING, a presidente do BCE, Christine Lagarde evitará ao máximo sinalizações sobre a postura que será adotada na próxima reunião de política monetária, em dezembro. A decisão do BCE deve sair às 8h45, sendo que a entrevista coletiva com a Lagarde está prevista para às 9h40.
PÌB americano
Nos Estados Unidos, o principal evento do dia será a divulgação do PIB do terceiro trimestre, às 9h30. Como será a primeira prévia (antes de duas revisões), são razoáveis as chances de surpresas. No mercado, o consenso é de uma forte desaceleração do PIB trimestral de 6,7% para 2,7%.
No mesmo horário, sairão os pedidos semanais de seguro desemprego, que vêm sucessivamente renovando os menores patamares desde o início da pandemia. Para esta divulgação, as estimativas são de que o número saia em linha com o da semana passada, repetindo os 290.000 pedidos de auxílio.
Balanços de peso
As duas empresas com maior representação do Ibovespa, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4), irão apresentar seus resultados do terceiro trimestre após o encerramento do pregão.
A expectativa para o balanço da Vale é de que a mineradora apresente alta anual de mais de 30% da receita líquida para 14,66 bilhões de dólares, segundo consensoda Bloomberg. Já o Ebitda ajustado deve ficar em 8,81 bilhões de dólares.
Para o resultado da Petrobras, o consenso é de que o lucro líquido bata 13,9 bilhões de reais, com Ebitda ajustado de 61,63 bilhões de reais.
Além de Petrobras e Vale, outra importante empresa de commodity, a Suzano (SUZB3), reporta seus números nesta noite. Para hoje, ainda estão previstos os balanços de Transmissão Paulista (TRPL4), Fleury (FLRY3), Assaí (ASAI3), Vamos (VAMO3), Alpargatas (ALPA4), Grendene (GRND3) e Ambev (ABEV3). Somente o resultado da Ambev sai antes do início do pregão.
Nesta sessão, investidores devem repercutir ainda os resultados da última noite, divulgados por Log (LOGG3), Odontoprev (ODPV3), Multiplan (MULT3), Intelbras (INTB3), Kepler Weber (KEPL3), Movida (MOVI3), Dexco (DXCO3) e Telefônica (VIVT4).