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Quem comprou Ibovespa no Joesley Day embolsou alta de 39,3% até hoje

Visão de longo prazo nos investimentos faz diferença especialmente em tempos de caos na Bolsa. Até ontem, o retorno dos últimos dois anos era de 29,3%

Investimento de longo prazo: Para quem já está posicionado em renda variável, o melhor a fazer é ter paciência, segundo Marco Bismarchi, gestor de portfólio da TAG Investimentos (Getty Images/Getty Images)

Investimento de longo prazo: Para quem já está posicionado em renda variável, o melhor a fazer é ter paciência, segundo Marco Bismarchi, gestor de portfólio da TAG Investimentos (Getty Images/Getty Images)

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Natália Flach

Publicado em 10 de março de 2020 às 18h40.

São Paulo - Em dias de caos na Bolsa, é difícil levar adiante a máxima de "comprar na baixa e vender na alta". Mas os números mostram que a estratégia traz resultados positivos para o bolso. Caso um investidor tivesse alocado recursos em uma carteira que replicasse o Ibovespa, no dia 18 de maio de 2017, data que entrou para a história como Joesley Day, teria embolsado um retorno de 39,3% até o fechamento de hoje. Esse percentual já considera a inflação e a mudança na composição do indicador no período.

Esse intervalo de tempo compreende as duas maiores quedas do Ibovespa deste século. O ponto de partida é o Joesley Day, data do vazamento de conversas dos irmãos donos do frigorífico JBS (Joesley e Wesley Batista) envolvendo o então presidente Michel Temer. No dia, o índice caiu 8,8% para 61.597 pontos. Já o ponto de chegada é a sessão de hoje, em que o Ibovespa se recuperou do recuo de 12,17% e subiu 7,14% para 92.214 pontos. Até ontem, a rentabilidade acumulada era de 29,3%.

"Para quem já está posicionado em renda variável, o melhor a fazer é ter paciência, pois é um investimento de longo prazo, de uns três a cinco anos pelo menos", afirma Marco Bismarchi, gestor de portfólio da TAG Investimentos. "Se o investidor acha que alocou mais do que aguenta de volatilidade, vai retirando aos poucos. Por outro lado, se o investidor for arrojado, pode usar esses momentos de baixa para aumentar posições de risco."

A sessão desta terça-feira, 10, dá pistas de que os investidores podem estar os descontos para compor a carteira de ações. “Altas como a verificada são normais após sessões como a de ontem, em que o mecanismo de circuit breaker (de suspensão de operações) ocorre, enquanto o mercado avalia o novo patamar de preços dos  papéis”, escreveram analistas da Guide Investimentos em relatório a clientes.

Vale das ações

O anúncio na segunda-feira de que a Arábia Saudita irá reduzir o preço do barril e aumentar a produção fez com que o preço da commodity desabasse mais de 30% na mínima do dia. Com isso, o Ibovespa caiu 12,17%, queda que só foi superada pelo recuo de 10 de setembro de 1998, quando a Bolsa caiu 15,83%. Com isso, o VIX, também conhecido como “índice do medo” alcançou o maior nível desde a crise financeira de 2008.

Com o cenário mais adverso, ganha força a análise de que o Banco Central pode cortar em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros na reunião da semana que vem. Atualmente, a Selic está em 4,25% ao ano.

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