Primeiro fundo de investimento vegano é listado na Bolsa de Nova York
O VEGN, como será identificado, considera fatores ambientais, sociais ou de governança, além da defesa aos animais em decisões de investimento
Reuters
Publicado em 19 de agosto de 2019 às 19h46.
Última atualização em 17 de junho de 2020 às 13h02.
Nova York — Um fundo de investimento destinado a temática de defesa dos direitos dos animais e ambientalistas , o primeiro do tipo segundo especialistas financeiros, deve começar a ser negociado na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) no próximo mês.
O VEGN, como será mostrado no pregão, estará entre as centenas de fundos que consideram os fatores ambientais, sociais ou de governança (ESG) em decisões de investimento, mas será o único no que se refere à crueldade contra animais , disseram especialistas.
Ativos norte-americanos sob gestão que seguem os princípios ESG estão em alta, representando um em quatro dólares investidos no ano passado, ante um em cada cinco em 2016, de acordo com o Fórum para Investimento Sustentável e Responsável, organização sem fins lucrativos sediada em Washington.
Manter esses investimentos é uma forma de pressionar as empresas a mudarem seu comportamento para não perderem investidores, disse Tensie Whelan, que dirige o Centro para Negócios Sustentáveis da Universidade de Nova York.
"É uma oferta interessante porque é a única do gênero", disse ela em entrevista por telefone.
O VEGN exclui ações dentre as 500 maiores empresas norte-americanas que "dependem da exploração animal", disse a Beyond Investing, criadora do fundo que será listado em 10 de setembro.
A seleção de empresas cujos negócios não testam produtos em animais, ou usem produtos derivados de origem animal, combustíveis fósseis, plástico ou agroquímicos, significou a eliminação de 43% das 500 maiores empresas, disse Claire Smith, executiva-chefe da Beyond Investing.
As diretrizes do portfólio do fundo significam que ele não inclui muitos produtos farmacêuticos, materiais e ações do setor de consumo, disse Smith.
"Coisas como roupas, fabricação de calçados... envolvem muitos produtos de origem animal", disse ela.