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Por que as bolsas nem ligaram para o acordo da dívida nos EUA

Investidores em todo o mundo continuam ligados nos indicadores reais da economia do país. E eles não estão nada bem

Investidor (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2011 às 18h43.

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São Paulo – As bolsas em todo o mundo iniciaram na noite de ontem um rali após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmar que os partidos Republicano e Democrata tinham chegado a um acordo para elevar o teto da dívida em 2,1 trilhões de dólares e reduzir o déficit do orçamento em 2,5 trilhões de dólares durante os próximos 10 anos.

Na Ásia, os principais índices do Japão, Hong Kong e China iniciaram o dia em alta. Os futuros do S&P 500, Nasdaq Composite e do Dow Jones avançaram mais de 1,4%. O petróleo subiu em Nova York e o ouro, visto como uma alternativa para momentos de incertezas, caiu após atingir recordes de preço na semana passada. O dólar ganhou em relação ao iene e ao franco suíço.

Mas a euforia durou pouco. O mercado até temia os efeitos devastadores de um calote, porém poucos apostavam que ele realmente pudesse ocorrer. O Credit Suisse, por exemplo, disse na semana passada que as ações nos EUA poderiam cair até 30% caso o default acontecesse, mas que a chance era de apenas 1%. Sem muito o que recuperar, as bolsas reagiram timidamente hoje e encerraram o dia em baixa.

PaísÍndicesVar. (%)
BrasilIbovespa-0,50%
EUAS&P 500-0,41%
EUANasdaq 100-0,43%
EUADJI-0,09%
AlemanhaDAX-2,86%
ItáliaMIB-3,87%
FrançaCAC 40-2,31%
SuíçaSMI-1,50%
EspanhaIBEX-3,24%
InglaterraFTSE-0,70%

Dados nos EUA

Logo nesta manhã, um indicador sobre a indústria americana jogou água na cerveja dos mais animados. O ISM Index, que mede a atividade manufatureira no país, ficou em 50,9 pontos em junho, abaixo dos 55,3 do mês anterior e dos 54 pontos esperados pelo mercado, de acordo com o consenso calculado pelo site Briefing.com.

Além disso, a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no segundo trimestre decepcionou o mercado. O país cresceu 1,3% no período, abaixo do 1,8% esperado pelos economistas. O resultado do primeiro trimestre foi ainda revisado para baixo, de 1,9% para apenas 0,4%.

“O compromisso do acordo não é suficiente para compensar o considerável estrago já realizado pelo desastre da dívida, para sozinho restaurar a confiança de que o sistema político é capaz de responder aos sérios desafios em relação ao crescimento e ao emprego. Essa é uma grande preocupação após os dados horríveis do PIB na sexta-feira”, afirma Mohamed el-Erian, CEO e CIO da Pimco – maior gestora de títulos do mundo, em relatório.


Ele lembra ainda que não está claro se as agências de rating ficarão satisfeitas com o acordo, a Standard and Poor’s em particular. "Baixar a nota de um país não significa que ele vá entrar em default, mas sim que aumentaram os riscos", disse Deven Sharma, presidente da agência aos membros da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes, que o interrogaram na quarta-feira.

Europa

Os problemas com a crise da dívida dos países europeus ainda continua a afetar os negócios. Hoje a bola da vez foi a Itália. A confiança dos investidores no país está diminuindo, com os investidores começando a se perguntar qual será o próximo dominó a cair. Segundo o jornal alemão Der Spiegel em reportagem publicada nesta segunda-feira, o avanço na procura por CDSs para a dívida italiana é o maior do que qualquer outro país.

O volume financeiro girado pelos contratos do CDS italiano é de quase 306 bilhões de dólares, acima do Brasil (179 bilhões de dólares) e da Espanha (176 bilhões de dólares). Desde a metade de junho, as apostas contra a Itália subiram 23 bilhões de dólares e contra a Espanha aumentaram em 18 bilhões de dólares. A bolsa do país despencou 3,87%, para 17.720 pontos.

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São Paulo – As bolsas em todo o mundo iniciaram na noite de ontem um rali após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmar que os partidos Republicano e Democrata tinham chegado a um acordo para elevar o teto da dívida em 2,1 trilhões de dólares e reduzir o déficit do orçamento em 2,5 trilhões de dólares durante os próximos 10 anos.

Na Ásia, os principais índices do Japão, Hong Kong e China iniciaram o dia em alta. Os futuros do S&P 500, Nasdaq Composite e do Dow Jones avançaram mais de 1,4%. O petróleo subiu em Nova York e o ouro, visto como uma alternativa para momentos de incertezas, caiu após atingir recordes de preço na semana passada. O dólar ganhou em relação ao iene e ao franco suíço.

Mas a euforia durou pouco. O mercado até temia os efeitos devastadores de um calote, porém poucos apostavam que ele realmente pudesse ocorrer. O Credit Suisse, por exemplo, disse na semana passada que as ações nos EUA poderiam cair até 30% caso o default acontecesse, mas que a chance era de apenas 1%. Sem muito o que recuperar, as bolsas reagiram timidamente hoje e encerraram o dia em baixa.

PaísÍndicesVar. (%)
BrasilIbovespa-0,50%
EUAS&P 500-0,41%
EUANasdaq 100-0,43%
EUADJI-0,09%
AlemanhaDAX-2,86%
ItáliaMIB-3,87%
FrançaCAC 40-2,31%
SuíçaSMI-1,50%
EspanhaIBEX-3,24%
InglaterraFTSE-0,70%

Dados nos EUA

Logo nesta manhã, um indicador sobre a indústria americana jogou água na cerveja dos mais animados. O ISM Index, que mede a atividade manufatureira no país, ficou em 50,9 pontos em junho, abaixo dos 55,3 do mês anterior e dos 54 pontos esperados pelo mercado, de acordo com o consenso calculado pelo site Briefing.com.

Além disso, a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no segundo trimestre decepcionou o mercado. O país cresceu 1,3% no período, abaixo do 1,8% esperado pelos economistas. O resultado do primeiro trimestre foi ainda revisado para baixo, de 1,9% para apenas 0,4%.

“O compromisso do acordo não é suficiente para compensar o considerável estrago já realizado pelo desastre da dívida, para sozinho restaurar a confiança de que o sistema político é capaz de responder aos sérios desafios em relação ao crescimento e ao emprego. Essa é uma grande preocupação após os dados horríveis do PIB na sexta-feira”, afirma Mohamed el-Erian, CEO e CIO da Pimco – maior gestora de títulos do mundo, em relatório.


Ele lembra ainda que não está claro se as agências de rating ficarão satisfeitas com o acordo, a Standard and Poor’s em particular. "Baixar a nota de um país não significa que ele vá entrar em default, mas sim que aumentaram os riscos", disse Deven Sharma, presidente da agência aos membros da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes, que o interrogaram na quarta-feira.

Europa

Os problemas com a crise da dívida dos países europeus ainda continua a afetar os negócios. Hoje a bola da vez foi a Itália. A confiança dos investidores no país está diminuindo, com os investidores começando a se perguntar qual será o próximo dominó a cair. Segundo o jornal alemão Der Spiegel em reportagem publicada nesta segunda-feira, o avanço na procura por CDSs para a dívida italiana é o maior do que qualquer outro país.

O volume financeiro girado pelos contratos do CDS italiano é de quase 306 bilhões de dólares, acima do Brasil (179 bilhões de dólares) e da Espanha (176 bilhões de dólares). Desde a metade de junho, as apostas contra a Itália subiram 23 bilhões de dólares e contra a Espanha aumentaram em 18 bilhões de dólares. A bolsa do país despencou 3,87%, para 17.720 pontos.

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