Poupança acumula perdas reais de mais de 6% nos últimos 12 meses; alta da inflação deve piorar o cenário (Jirayu Siritorn/EyeEm/Getty Images)
Bianca Alvarenga
Publicado em 10 de agosto de 2021 às 20h55.
O Minuto Invest de hoje, dia 10, explica por que os investidores da bolsa estão de olho na proposta do governo federal de reformular o programa Bolsa Família. O Ibovespa, principal índice do mercado, recuou 0,66% nesta terça-feira, para 122.202 pontos.
De olho nas eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro prometeu ampliar o valor do benefício pago a brasileiros carentes, e a atingir um número maior de famílias. Para custear o programa, a equipe econômica tem proposto uma série de ajustes no orçamento, entre eles a postergação do pagamento de precatórios (recursos que o governo deve a cidadãos e empresas que ganharam causas judiciais).
O assunto é indigesto para o mercado, que vê a promessa de gastos como mais um indicativo de inflação e, consequentemente, juros mais altos nos próximos anos. Com o IPCA batendo quase 9% em 12 meses, o horizonte para a Selic é de uma rápida e intensa subida.
A alta dos preços, aliás, fez com que a poupança registrasse seu 11º mês de perda real. Nos últimos 12 meses, a diferença entre a inflação e o rendimento da caderneta foi de -6%. Isso significa que quem tem recursos aplicados na poupança não só não está multiplicando o patrimônio, como está perdendo dinheiro, em termos reais.
O podcast desta terça-feira fala, ainda, dos efeitos da alta dos juros e da inflação para as construtoras na bolsa. A MRV (MRVE3) acumula perdas de mais de 30% só nos últimos 6 meses. Ouça abaixo: