Petrobras seguirá referências de mercado, sem abdicar de vantagens competitivas, diz Prates
De acordo com comunicado divulgado mais cedo, a nova política da Petrobras deixa de lado a PPI
Agência de notícias
Publicado em 16 de maio de 2023 às 18h37.
Última atualização em 16 de maio de 2023 às 19h32.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou em uma rede social que a nova estratégia da empresa para os preços, anunciada na manhã desta terça-feira, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, "ao passo que preservamos um ambiente competitivo nos termos da legislação vigente", informou. Segundo ele, a nova estratégia comercial vai encerrar a subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação (PPI), mantendo o alinhamento aos preços competitivos por polo de venda, tendo em vista a melhor alternativa acessível ao consumidor.
"Nosso modelo vai considerar a participação da companhia e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização de nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável garantindo muito mais eficiência e competitividade", disse Prates. "Reforço que vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o País", concluiu.
De acordo com comunicado divulgado mais cedo, a nova política da Petrobras deixa de lado o PPI, levando em conta o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras. O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, o que na leitura de alguns analistas a empresa já faz hoje.
Já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade, segundo o comunicado, dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino, o que, também na opinião de analistas, pode incluir o PPI.
"Quando subir (o preço do petróleo), o nosso preço vai subir, mas não com a volatilidade que ocorreu em 2021 e 2022", disse o executivo, referindo-se ao governo Bolsonaro, que manteve a política de paridade de preços de importação (PPI), implantada em 2016, durante o governo Temer.
Prates afirmou que as novas diretrizes são "iguais a de qualquer empresa de petróleo" e que a ideia da companhia é implantar a nova política "aos pouquinhos". Segundo ele, o novo modelo vai até o máximo do custo alternativo do cliente até o mínimo para a empresa.
"No limite máximo, o cliente não compra de mim, no mínimo, eu não quero vender", explicou, afirmando que assim a Petrobras poderá conquistar mercado por se tornar mais competitiva.
Ele voltou a criticar o PPI, que leva em conta os custos de importação, além do câmbio e da variação do preço do petróleo, afirmando que a antiga política "entregava toda a volatilidade especulativa, de países e guerras" no mercado brasileiro. "A Petrobras se liberta, se alforria desse dogma do PPI, que foi muito mais falado do que praticado, e a gente volta a praticar uma política de uma empresa normal, que faz preço de acordo com as suas vantagens", afirmou.