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Petrobras pode virar uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 no ano?

Ações da estatal subiram cerca de 5% nesta sessão após balanço do primeiro trimestre mostrar forte geração de caixa e elevar otimismo de que companhia poderá pagar bons dividendos ainda este ano

Um trabalhador caminha dentro da plataforma petrolífera Petrobras P-66 no offshore da Bacia de Santos no Rio de Janeiro, Brasil, em 5 de setembro de 2018. (Pilar Olivares/Reuters)
PB

Paula Barra

Publicado em 14 de maio de 2021 às 17h01.

Última atualização em 14 de maio de 2021 às 17h50.

Com um resultado do primeiro trimestre marcado por forte geração operacional de caixa de 48,9 bilhões de reais, avanço de 30,5% na comparação com o mesmo período do ano passado e acima do consenso da Bloomberg de 46,88 bilhões, a Petrobras (PETR3; PETR4) pode se tornar uma das maiores pagadoras de dividendos da Bolsa ainda este ano.

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Em relatório desta sexta-feira, os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero, do Credit Suisse, comentam que os preços do petróleo Brent, usados como referência pela petroleira, entre 65 e 70 dólares o barril podem acionar a política de dividendos da companhia antes do fim deste ano. Tal cenário está combinado com a expressiva geração de caixa da empresa (Ebitda) e processo de desalavancagem observados neste último trimestre, apontam.

"Na nossa visão, isso seria um significativo catalisador porque o dividend yield [retorno sobre os dividendos] da Petrobras poderia ultrapassar os 20% se a política de dividendos de 60% [do fluxo de caixa operacional descontados os investimentos, quando o endividamento estiver abaixo de 60 bilhões de dólares] for aplicada", explicam.

Caso concretizada, a projeção poderia colocar a empresa como uma das maiores pagadoras de dividendos da Bolsa este ano até o momento, levando em consideração um levantamento da Economatica do mês passado. Isso porque, usando como base esse ranking, a Isa Cteep (Transmissão Paulista, TRPL4) aparecia na liderança naquele período, com um dividend yield de 17,62% para 2021.

Os analistas Cardoso e Gumiero comentam, no entanto, que, embora o resultado tenha vindo robusto e o valuation das ações pareça atrativo olhando por qualquer métrica, os investidores ainda devem ser cautelosos com os riscos.

Entre os riscos, eles ressaltam: a continuidade da política de preços da companhia atrelada à paridade internacional, particularmente para gasolina, diesel e gás; mudanças no plano de negócios da empresa, com potencial aumento nos níveis de capex (investimentos em bens de capital); antecipação da incerteza política para as eleições de 2022; potencial overhang (excesso de oferta) com as ações do BNDES; e volatilidade do preço do petróleo.

Diante disso, o banco mantém recomendação neutra para os recibos de ações da estatal (ADRs, na sigla em inglês) negociados na Bolsa de Nova York, com preço-alvo em 10,00 dólares, praticamente em linha com a cotação atual (em 9,65 dólares).

No mesmo sentido, os analistas do Bradesco BBI comentaram que, embora a empresa tenha reportado um forte balanço trimestral, eles acreditam que o mercado continua mais interessado em entender o caminho que será percorrido pela nova gestão da empresa. Entre as dúvidas, eles destacam: questionamentos se a companhia manterá sua política de dividendos, qual será sua posição em termos da sua política de preços e se a estatal se esforçará para vender sua participação na BR Distribuidora (BRDT3).

O Bradesco BBI também manteve sua recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo em 32,00 reais, o que representa um potencial de valorização de 22% frente ao patamar de hoje.

Nesta sessão, as ações preferenciais da companhia registraram ganhos de 5,16%, em 26,28 reais, enquanto as ordinárias subiram 4,65%, para 25,64 reais. Na semana, apareceram como as maiores altas do Ibovespa, com valorização acumulada entre 7% e 8%.

 

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