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Petrobras não afasta preocupação de investidor após trimestre notável

As ações da estatal dispararam, mas os resultados não são suficientes para tirar as preocupações sobre a interferência política na empresa

Petrobras: o lucro da Petrobras chegou a 10,07 bilhões de reais em um trimestre (Paulo Whitaker/ Reuters/Reuters)

Karla Mamona

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 16h25.

(Bloomberg) -- As ações da Petrobras dispararam após o maior lucro em sete anos, mas os resultados sólidos não são suficientes para remover as preocupações sobre a interferência política na empresa controlada pelo governo.

O lucro da Petrobras chegou a 10,07 bilhões de reais em um trimestre que teve greve de caminhoneiros, saída de um presidente queridinho do mercado e candidatos à presidência atacando alta dos combustíveis para a população.

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Embora o lucro tenha superado as estimativas dos analistas, o foco agora é como a nova administração se sai em meio à confusão sobre a política de preço de combustível da empresa, de acordo com James Gulbrandsen, da NCH Capital.

"É muito difícil assumir qualquer coisa sobre a Petrobras neste momento, além de ter um panorama sobre os preços do petróleo", disse Gulbrandsen.

A Petrobras subiu até 5,6%, para 21,55 reais, maior nível intradiário desde 23 de maio.

Ao destacar o Ebitda acima do esperado em downstream, Pavel Molchanov da Raymond James Financial disse que a intervenção do governo nos preços do diesel só começou no final de maio - afetando apenas um terço do trimestre. "Eu antecipo que os resultados do terceiro trimestre em downstream podem ser consideravelmente piores", disse ele em uma entrevista.

O Santander espera que a empresa continue gerando resultados sólidos no segundo semestre do ano, em meio a um ambiente de alta nos preços do petróleo. Ainda assim, os riscos a longo prazo permanecem. “A visibilidade para os preços dos combustíveis e para uma política de preços completa, que é mais importante em 2019, continua baixa neste momento”, escreveram Christian Audi e Gustavo Allevato em nota.

O Goldman Sachs reiterou sua recomendação neutra para as ações, já que o Ebitda ajustado veio em linha com as estimativas do banco, segundo analistas Bruno Pascon e Victor Hugo Menezes. “O risco-retorno pelo sucesso da execução da Petrobras está bastante precificado”, afirmaram no relatório.

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