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Petrobras, Caged, negociação Rússia-Ucrânia e o que mais move o mercado

Esperanças sobre cessar-fogo no Leste Europeu impulsionam bolsas no exterior

Tanques da Petrobras: Joaquim Silva e Luna foi demitido (Paulo Whitaker/Reuters)

Tanques da Petrobras: Joaquim Silva e Luna foi demitido (Paulo Whitaker/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de março de 2022 às 07h06.

Última atualização em 29 de março de 2022 às 07h26.

O tom positivo predomina no mercado internacional nesta terça-feira, 29, com investidores atentos às negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, na Turquia. Segundo a rede Al Jazeera, a Ucrânia disse que irá reestabelecer corredores humanitários para a evacuação de zonas de conflito. As perspectivas de ambos os lados para um cessar-fogo, porém, são baixas, de acordo com a emissora. 

Enquanto a guerra segue sem uma definição no Leste Europeu, o petróleo se estabelece próximo de US$ 110, após ter saído da faixa de US$ 120 da última semana. O movimento contribui com o sentimento do mercado, preocupado com a inflação e ritmo da atividade econômica global.

Os índices futuros dos Estados Unidos operam em alta nesta manhã, com investidores à espera de dados de confiança do consumidor americano diante da elevada inflação no país. Na Europa, as altas chegam a superar 2%. 

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Comando da Petrobras

No Brasil, investidores digerem a demissão do então presidente da Petrobras (PETR3, PETR4) Joaquim Silva e Luna do comando da estatal - cargo que ocupou por menos de um ano. O anúncio não oficial foi feito pela Veja, minutos antes do encerramento do último pregão. 

As ações da companhia, que já vinham em queda com a  desvalorização do petróleo, chegaram a afundar, após a divulgação da notícia, mas retomaram o patamar anterior antes do fim dos negócios. 

Apesar da reação contida do mercado na véspera, a nova ingerência na Petrobras mina a confiança do mercado em relação às políticas de preços da petrolífera e do potencial de interferência do governo em estatais. Semanas atrás, o próprio presidente Bolsonaro chegou a dizer que não poderia trocar o presidente da companhia – exatamente o oposto do que viria a acontecer. 

Como pano de fundo de sua demissão esteve a política de paridade de preços, que tornou mais caro combustível, com a alta do petróleo no mercado internacional. O contexto é semelhante ao que culminou com a saída do então presidente Roberto Catello Branco, no ano passado, para dar lugar ao Silva e Luna.

O indicado pelo governo para assumir o cargo de Joaquim Silva e Luna é Adriano Pires de Andrade. 

Caged

Economistas ainda aguardam os dados do Caged referentes ao mês de fevereiro, que deve ser divulgado nesta manhã. A expectativa é de que 220.250 empregos formais tenham sido criados, segundo consenso da Bloomberg

Balanços do dia

A temporada de balanços do quarto trimestre, já próxima do fim, também deve seguir fazendo preço na bolsa brasileira.

Entre os resultados mais aguardados do dia estão os do setor de saúde, com Rede D’Or (RDOR3), Mater Dei (MATD3) e Qualicorp (QUAL3). Para esta terça ainda estão previstos os balanços da Aliansce Sonae (ALSO3), Bradespar (BRAP4), GetNinjas (NINJ3), Cemig (CMIG4), Copasa (CSMG3), Tupy (TUPY3), SBF (SBFG3), Méliuz (CASH3), Helbor (HBOR3) e Allied (ALLD3).

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