Peru: subida de Humala nas prévias provoca tumulto na Bolsa
O aumento das intenções de voto para o nacionalista Ollanta Humala, no Peru, foi motivo de tensão entre os investidores da Bolsa de Valores do país, que caiu 5,17% nesta terça-feira. Segundo especialistas, a maior parte do mercado prefere a continuidade do modelo econômico atual, que seria representado pela direitista Keiko Fujimori, que também tem […]
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 23h26.
O aumento das intenções de voto para o nacionalista Ollanta Humala, no Peru, foi motivo de tensão entre os investidores da Bolsa de Valores do país, que caiu 5,17% nesta terça-feira.
Segundo especialistas, a maior parte do mercado prefere a continuidade do modelo econômico atual, que seria representado pela direitista Keiko Fujimori, que também tem sido alvo de severas críticas no país por supostamente vir a perpetuar o governo de seu pai, Alberto Fujimori, condenado em 2009 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos e por corrupção em seu governo (1990-2000).
Com dois candidatos que geram tantas resistências, a instabilidade financeira e a volatilidade devem persisitir, dizem os analistas, até que o novo presidente - a ser eleito no próximo domingo - assuma o poder no dia 28 de julho.
No último domingo, algumas prévias indicaram empate técnico entre Humala e Fujimori, mas uma terceira análise deu vantagem de três pontos a Humala.
"Se Humala vencer no domingo, na segunda-feira seguinte teremos sérias pressões de volatilidade financeira na bolsa e no câmbio", disse à AFP Elmer Cuba, da consultora Macroconsult, uma das mais antigas do Peru.
"Isso obrigaria Humala, caso vença, a anunciar seu ministro antes de assumir a presidência para enviar uma mensagem de confiança ao mercado, disse o economista.
Segundo análise da consultora Apoyo, os investidores estrangeiros têm adiado seus investimentos no Peru num montante calculado em 3 bilhões de dólares (10% do investimento externo anual) desde que Humala venceu o primeiro turno, em 31 de abril, com 31% dos votos válidos.
"Os devaneios de Humala (mudanças de posição) têm provocado a queda da bolsa", disse Cuba, recordando que Humala prometeu "mudanças substanciais" no modelo econômico peruano, vigente desde 1990.
"Esperamos que o governante eleito nos assegure um crescimento econômico sustentável, a estabilidade política, econômica e também jurídica que até agora estamos tendo", disse o presidente da Bolsa de Valores de Lima (BVL), Roberto Hoyle.
Segundo cifras da BVL, o mercado de ações já perdeu 6 bilhões de dólares este ano por conta das oscilações trazidas pelas eleições.
"Com Keiko Fujimori não haveria volatilidade financeira, mas sim política", disse Cuba.
"No caso de vencer Humala, o nervosismo continuará até que sejam confirmadas as esquipes que dirigirão o Banco Central e o Ministério de Economia e Finanças", disse à AFP Gianfranco Castagnola, presidente executivo da Apoyo Consultoria, uma das mais importanteas do país.
Segundo Castagnola, Humala deveria fazer o que fez o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, "que ganhou a confiança dos mercados quando nomeou um banqueiro como diretor do Banco Central (Henrique Meirelles) e, para o Ministério de Economia e Finanças, uma pessoa conhecida por sua ortodoxia financeira e austeridade fiscal (Antônio Palocci)".
A eleição de Humala poderia ter um impacto negativo no PIB e reduzir as expectativas oficiais de crescimento de 2011 em mais de dois pontos, passando de uma taxa de 7% a 5% ou 4,5% ao fim do ano, disse Cuba.
"O pecado de Humala é que sua proposta econômica não está em linha com a liberdade de mercado e se parece com as receitas aplicadas na Bolívia, Venezuela, Equador e Argentina", disse Jacinta Hamann, uma consultora independente.
O aumento das intenções de voto para o nacionalista Ollanta Humala, no Peru, foi motivo de tensão entre os investidores da Bolsa de Valores do país, que caiu 5,17% nesta terça-feira.
Segundo especialistas, a maior parte do mercado prefere a continuidade do modelo econômico atual, que seria representado pela direitista Keiko Fujimori, que também tem sido alvo de severas críticas no país por supostamente vir a perpetuar o governo de seu pai, Alberto Fujimori, condenado em 2009 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos e por corrupção em seu governo (1990-2000).
Com dois candidatos que geram tantas resistências, a instabilidade financeira e a volatilidade devem persisitir, dizem os analistas, até que o novo presidente - a ser eleito no próximo domingo - assuma o poder no dia 28 de julho.
No último domingo, algumas prévias indicaram empate técnico entre Humala e Fujimori, mas uma terceira análise deu vantagem de três pontos a Humala.
"Se Humala vencer no domingo, na segunda-feira seguinte teremos sérias pressões de volatilidade financeira na bolsa e no câmbio", disse à AFP Elmer Cuba, da consultora Macroconsult, uma das mais antigas do Peru.
"Isso obrigaria Humala, caso vença, a anunciar seu ministro antes de assumir a presidência para enviar uma mensagem de confiança ao mercado, disse o economista.
Segundo análise da consultora Apoyo, os investidores estrangeiros têm adiado seus investimentos no Peru num montante calculado em 3 bilhões de dólares (10% do investimento externo anual) desde que Humala venceu o primeiro turno, em 31 de abril, com 31% dos votos válidos.
"Os devaneios de Humala (mudanças de posição) têm provocado a queda da bolsa", disse Cuba, recordando que Humala prometeu "mudanças substanciais" no modelo econômico peruano, vigente desde 1990.
"Esperamos que o governante eleito nos assegure um crescimento econômico sustentável, a estabilidade política, econômica e também jurídica que até agora estamos tendo", disse o presidente da Bolsa de Valores de Lima (BVL), Roberto Hoyle.
Segundo cifras da BVL, o mercado de ações já perdeu 6 bilhões de dólares este ano por conta das oscilações trazidas pelas eleições.
"Com Keiko Fujimori não haveria volatilidade financeira, mas sim política", disse Cuba.
"No caso de vencer Humala, o nervosismo continuará até que sejam confirmadas as esquipes que dirigirão o Banco Central e o Ministério de Economia e Finanças", disse à AFP Gianfranco Castagnola, presidente executivo da Apoyo Consultoria, uma das mais importanteas do país.
Segundo Castagnola, Humala deveria fazer o que fez o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, "que ganhou a confiança dos mercados quando nomeou um banqueiro como diretor do Banco Central (Henrique Meirelles) e, para o Ministério de Economia e Finanças, uma pessoa conhecida por sua ortodoxia financeira e austeridade fiscal (Antônio Palocci)".
A eleição de Humala poderia ter um impacto negativo no PIB e reduzir as expectativas oficiais de crescimento de 2011 em mais de dois pontos, passando de uma taxa de 7% a 5% ou 4,5% ao fim do ano, disse Cuba.
"O pecado de Humala é que sua proposta econômica não está em linha com a liberdade de mercado e se parece com as receitas aplicadas na Bolívia, Venezuela, Equador e Argentina", disse Jacinta Hamann, uma consultora independente.