Pedido de recuperação judicial de Viracopos derruba ações da Triunfo
Triunfo justificou o pedido com "prejuízos e dificuldades" suportados "desde o início da vigência do contrato de concessão"
Rita Azevedo
Publicado em 7 de maio de 2018 às 10h56.
Última atualização em 7 de maio de 2018 às 14h08.
São Paulo -- As ações da Triunfo Participações e Investimentos começaram a semana em queda, após o anúncio do pedido de recuperação judicial do Aeroporto Internacional de Viracopos.
Por volta das 14h, os papéis da empresa tinham baixa de 5,19%, negociados a 2,19 reais.
Em comunicado ao mercado, a companhia justificou o pedido com "prejuízos e dificuldades" suportados "desde o início da vigência do contrato de concessão", decorrentes de eventos que provocaram desequilíbrios financeiros, como a crise econômica de 2014.
"Estas circunstâncias, alheias ao controle das Sociedades, de seus acionistas diretos e indiretos e de seus administradores, inviabilizaram o atendimento a algumas obrigações contratuais de cunho financeiro, notadamente o pagamento de certas outorgas e, mais recentemente, a renovação da apólice de seguro garantia de execução contratual", informa a Triunfo.
A empresa disse que “para tentar equacionar esta crise de liquidez”, em julho de 2017 requereu junto ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e à Anac relicitação da concessão, mas “até o momento não foram adotadas pelas autoridades administrativas responsáveis as medidas necessárias à qualificação do Contrato de Concessão no âmbito do PPI, que consiste na primeira fase do processo de relicitação.”
Também cita que a Agência Nacional de Aviação Civil instaurou processo administrativo sobre “supostos descumprimentos contratuais de natureza essencialmente financeira, sob pena de decretação da caducidade da concessão.” Ao final de abril, a Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou na Justiça a aplicação de multa de R$ 60 milhões pela Anac à concessionária, por descumprimento do contrato de concessão.
Segundo o jornal Valor Econômico, as dívidas de Viracopos chegam a 2,88 bilhões de reais, dos quais 2,71 bilhões com credores financeiros.
O aeroporto é administrado pela concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, formada pela Infraero, que detém 49% das ações, e pelo consórcio Aeroportos Brasil (dono de 51% das ações), composto pela UTC Participações, pela Triunfo Participações e pela Egis.
Segundo a Triunfo, as atividades do terminal não devem ser afetadas pelo pedido de recuperação judicial.