PANORAMA3-Real cai com rumor de taxação; Petrobras derruba bolsa
SÃO PAULO, 6 de outubro (Reuters) - Rumores de que o governo brasileiro adote mais taxação sobre capital externo derrubaram o real. O Ibovespa, enquanto isso, caiu 1 por cento pressionado pela forte desvalorização das ações da Petrobras. No exterior, a possibilidade de uma nova rodada de estímulos manteve o dólar em queda e ajudou […]
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2010 às 15h08.
SÃO PAULO, 6 de outubro (Reuters) - Rumores de que o
governo brasileiro adote mais taxação sobre capital externo
derrubaram o real. O Ibovespa, enquanto isso, caiu 1 por cento
pressionado pela forte desvalorização das ações da Petrobras.
No exterior, a possibilidade de uma nova rodada de
estímulos manteve o dólar em queda e ajudou as ações na Europa,
mas os principais índices acionários de Wall Street fecharam
sem direção comum.
Pela manhã, o governo já havia anunciado a ampliação do
limite de compras de dólar que o Tesouro Nacional pode fazer
junto ao mercado, o que foi interpretado como mais uma ação
para brecar os recentes ganhos da moeda brasileira
[ID:nN06278142].
O principal índice da bolsa paulista perdeu os 71 mil
pontos, influenciado pela baixa em torno de 4 por cento das
ações preferenciais e ordinárias da blue
chip Petrobras.
O Barclays reduziu o preço-alvo para os ADRs da estatal,
citando a possibilidade de que uma nova oferta de ações seja
necessária entre 2012 e 2013 caso o preço do petróleo não
supere, em média, os 80 dólares por barril.
No mercado de DI, o dia foi de ajustes, com a curva
devolvendo a inclinação obtida na véspera. Os participantes
aguardam o IPCA de setembro, a ser divulgado na quinta-feira.
As praças financeiras globais seguiram precificando uma
nova rodada de estímulos, depois que dados nos Estados Unidos
reforçaram o quadro débil para o mercado de trabalho naquele
país.
O inesperado corte de 39 mil postos no setor privado
norte-americano em setembro deu novas indicações de fraqueza na
recuperação econômica dos EUA, reforçando a expectativa de uma
nova rodada de "quantitative easing" em breve.
Tal visão derrubou o dólar à mínima em oito meses ante o
euro. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou que os
governos em todo o mundo correm o risco de atrapalhar a
retomada global caso insistam em desvalorizar suas moedas
[ID:nN06263682].
O principal índice europeu de ações , contudo, se
valorizou, diante da perspectiva de mais liquidez no curto
prazo. Em Nova York, o índice Nasdaq caiu, embora tenha
encerrado longe da mínima, pressionado pelo mau desempenho do
setor de tecnologia. O S&P 500 terminou o dia praticamente
estável, enquanto o Dow Jones teve leve alta.
Da fraca agenda interna, destaque para o fluxo cambial
relativo a setembro, que contabilizou 13,726 bilhões de dólares
em ingressos líquidos, o maior valor em quase um ano em um mês
marcado pela megaoferta de ações da Petrobras [ID:nN06265756].
Veja como terminaram os principais mercados nesta
quarta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,682 real, em alta de 0,42 por cento em
relação ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa recuou 1,04 por cento, para 70.541 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 8,75 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros cedeu 1,15 por
cento, a 35.837 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 apontava 11,44 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,41 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3931 dólar, ante
1,3832 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 139,688 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,29 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 4 pontos, a 200 pontos-básicos. O EMBI+
recuava 1 pontos, a 273 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subiu 0,21 por cento, a 10.967
pontos, e o S&P 500 teve oscilação negativa de 0,07 por
cento, a 1.159 pontos. O Nasdaq Composite caiu 0,80 por
cento, aos 2.380 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
subiu 0,41 dólar, ou 0,5 por cento, a 83,23 dólares por
barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, avançava, oferecendo rendimento de 2,392
por cento ante 2,472 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)