SÃO PAULO, 10 de novembro (Reuters) - A valorização do
petróleo patrocinou uma modesta recuperação nas bolsas de
valores norte-americanas e brasileira nesta quarta-feira, em um
dia de preocupações no mercado com problemas de dívida na zona
do euro.

No mercado local, o noticiário corporativo se concentrou
nos desdobramentos do rombo no Banco Panamericano
anunciado na noite de terça-feira, com seu controlador --o
Grupo Silvio Santos-- injetando 2,5 bilhões de reais na
instituição após a descoberta de "inconsistências contábeis" no
balanço. As ações preferenciais do Panamericano desabaram 29,5
por cento.

De volta ao exterior, os preços do petróleo alcançaram a
máxima em 25 meses, depois da divulgação de que os estoques do
óleo nos Estados Unidos cederam na semana passada, contrariando
previsões de alta.

O tom mais cedo, contudo, não foi positivo. O banco central
da Irlanda disse que monitorará mais de perto contratos de
hipoteca residencial, elevando o receio do mercado com as
contas do país. O euro operou em queda ante o dólar em quase
toda a sessão, recuperando-se no final.

Tal movimento fazia o dólar perder fôlego ante outras
moedas. Ainda assim, incertezas antes da reunião do G20 e dados
positivos nos EUA influenciavam a divisa.

Espera-se que os líderes das 20 principais economias do
mundo, reunidos na Coreia do Sul, discutam meios de lidar com a
chamada "guerra cambial", que tem provocado tensões sobre
competitividade no comércio global. O déficit comercial
norte-americano, aliás, recuou em setembro, bem como os pedidos
de auxílio-desemprego na semana passada [ID:nN10178282].

Tais fatores combinados motivaram ganhos da moeda
norte-americana também ante o real. Do lado acionário, a
recuperação em Wall Street garantiu melhora para a Bovespa para
território positivo, com investidores atentos também aos ,
que fechou perto do zero a zero.

No front doméstico, o alívio menor que o esperado na alta
do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) em
outubro favoreceu leve avanço nas taxas futuras de juros
[ID:nN10160829].

Em Seul, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a
Selic poderá cair a partir de 2011, por meio do controle da
inflação e menores gastos públicos, segundo reportou a Agência
Brasil.

O fluxo cambial líquido terminou a primeira semana de
novembro negativo em 1,406 bilhão de dólares, informou o BC.

Veja como fecharam os principais mercados nesta
quarta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,711 real, em alta de 0,71 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa teve oscilação negativa de 0,06 por cento, para
71.638 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 7,31 bilhões
de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros subia 0,29 por
cento perto do fechamento, a 36.577 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,53 por cento ao ano, ante
11,50 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3783 dólar,
ante 1,3777 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava a 139,500 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,200 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 2 pontos, para 172 pontos-básicos. O
EMBI+ subia 4 pontos, a 237 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
caía 0,04 por cento, a 11.342 pontos; o S&P 500 subia
0,27 por cento, a 1.216 pontos, e o Nasdaq avançava
0,48 por cento, para 2.575 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
ganhou 1,09 dólar, a 87,81 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, tinha leve alta, oferecendo rendimento
de 2,659 por cento.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)