SÃO PAULO, 10 de dezembro (Reuters) - O mercado financeiro quebrou a rotina esta semana, deixando de lado importantes dados macroeconômicos divulgados nos dias úteis e preferindo evitar grandes apostas enquanto aguarda novidades da China e dos EUA no sábado.

A exemplo dos primeiros dias da semana, esta sexta-feira foi marcada por volatilidade constante nos mercados, que nunca se distanciaram muito do zero. As bolsas fecharam em leve alta, movimento dessa vez seguido pela Bovespa, após quatro baixas seguidas.

O dólar recuperou-se frente às moedas internacionais, incluindo o real, refletindo dados mostrando alguma melhora da economia norte-americana.

Um deles, o índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos da Thomson Reuters e da Universidade de Michigan subiu para 74,2 na leitura preliminar de dezembro, ante 71,6 no dado final de novembro. Economistas esperavam número preliminar de 72,5.

Mais cedo, o país anunciara que seu déficit comercial em outubro ficou em 38,7 bilhões de dólares, caindo bem mais que o esperado, à medida que as exportações subiram 3,2 por cento, enquanto as importações tiveram ligeira queda. A notícia de que o país teve em novembro um déficit fiscal de 150 bilhões de dólares, o maior da história para o mês, não mudou o rumo dos negócios.

A China também deu combustível para o ânimo dos investidores, ao anunciar aumento do comércio exterior, do crédito bancário e do investimento imobiliário em novembro. Os números vieram acompanhados do anúncio de aumento, o terceiro em um mês, de 0,5 ponto dos depósitos compulsórios dos bancos.

A medida fez parte dos investidores acreditarem que Pequim deixá um aumento de juro para um segundo momento, uma vez que compulsório maior já serviria como aperto monetário. A decisão, no entanto, só será conhecida no final de semana, após o país anunciar também seus números de inflação.

Os EUA adicionam suspense ao mercado, que aguardam para sábado a votação no Congresso de um plano do presidente Obama para tentar levantar a economia, que inclui a extensão de cortes de impostos e de benefícios a desempregados.

Na próxima semana, os mercados domésticos têm como destaques da agenda a reunião do Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve) e a ata da última reunião do Copom, que na última quarta-feira manteve a Selic em 10,75 por cento ao ano, mas sinalizou que um alta está a caminho.

Veja como estavam os principais indicadores do mercado nesta sexta-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou valendo 1,715 real, em alta de 0,35 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA <.BVSP>

O Ibovespa ganhou 0,68 por cento, para 68.341 pontos. O volume financeiro do pregão foi de 5,5 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS <.BR20>

O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,11 por cento, a 34.627 pontos.

JUROS <0#2DIJ:>

No call das 16h, o DI janeiro de 2012 apontava 11,93 por cento ao ano, ante 11,98 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3227 dólar, ante 1,3242 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía a 135,938 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,749 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS <11EMJ>

O risco Brasil cedia 4 pontos, para 164 pontos-básicos. O EMBI+ recuava 5 pontos, a 228 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones <.DJI> subia 0,2 por cento, a 11.392 pontos; o S&P 500 <.SPX> ganhava 0,5 por cento, a 1.239 pontos, e o Nasdaq <.IXIC> tinha alta de 0,8 por cento, a 2.637 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo caiu 0,58 dólar, a 87,79 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, tinha queda, oferecendo rendimento de 3,2998 por cento ante 3,213 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por Aluisio Alves; edição de Isabel Versiani)