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O setor que vai mal na Bolsa e que pode piorar ainda mais em 2017

Empresas de papel e celulose vão na contramão da Ibovespa e acumulam as maiores quedas do ano

Papel e celulose: setor não vive bom momento na Bolsa (Rich Press/Bloomberg)

Rita Azevedo

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 16h27.

Última atualização em 8 de dezembro de 2016 às 16h43.

São Paulo — De todos os setores presentes na Bolsa, o de papel e celulose é o que tem mais chances de acabar 2016 com o pior desempenho.

De janeiro para cá, as ações ordinárias da Fibria registraram baixa de mais de 35%. Já as units da Klabin têm queda de 30%, enquanto os papéis preferenciais da Suzano caíram quase 26%. O setor vai na contramão do Ibovespa, que acumula ganhos de pouco mais de 42%. No mesmo período,

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A situação dessas companhias pode não melhorar tão rapidamente, segundo os analistas Santander. Em relatório enviado aos clientes, o banco ressalta que, “apesar dos aumentos sequenciais no preço da celulose na China”, os fundamentos do setor ainda são “desafiadores”.

Bruno Giardino e Renato Maruichi, que assinam o relatório, explicam que a alta de preços registrada nos últimos dois meses terá curta duração e o excedente de oferta poderá fazer com que esses preços caiam já no começo de 2017.

Outro fator que pode impactar o desempenho do setor é o câmbio. Como as receitas dessas companhias são em dólar e os custos são em reais, a queda da moeda norte-americana faz com que as vendas gerem menos receitas e os custos sejam mais altos.

Recomendações

Entre todas as empresas do setor, a grande aposta do Santander é a Klabin — que manteve a recomendação de compra — uma vez que a companhia “é menos exposta ao desequilíbrio de oferta e demanda no mercado de celulose frente aos produtores de celulose mais delicados”.

A perspectiva do banco é que a Klabin será a única companhia do setor a apresentar geração de Fluxo de Caixa Livre e desalavancagem financeira em 2017. Se o cenário econômico interno melhorar, afirma a instituição, a fabricante de papel poderá se beneficiar ainda mais com a venda de embalagens “a margens decentes”, o que poderia reduzir o risco de volatilidade do câmbio.

Já a Suzano foi rebaixada de compra para manutenção. A tese dos analistas é a de que o potencial de alta das ações é limitado. Além disso, a geração de caixa e a alavancagem da empresa poderá se deteriorar frente a um cenário mais desafiador para a celulose.

A Fibria também teve a recomendação rebaixada para manutenção. Segundo o documento, a companhia tem hoje um “posicionamento pouco atrativo no ciclo de investimentos, consumindo mais caixa e mostrando-se mais cara que seus pares diretos”.

Os analistas também afirmam que a Fibria está “presa em uma situação de desembolso de investimentos” para crescer de forma orgânica — algo que é positivo. A parte ruim, dizem, é que esses investimentos estão descasados do momento atual da celulose, que não deve ter os preços reajustados no próximo trimestre.

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