O que esperar do Ibovespa em 2022 segundo 5 instituições
Mediana das previsões coloca o índice aos 120 mil pontos ao final do próximo ano
Beatriz Quesada
Publicado em 26 de novembro de 2021 às 16h57.
Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 20h49.
O Ibovespa, principal índice da B3, tem enfrentado um forte período de turbulência nos últimos meses e caminha para fechar o ano em queda, atualmente próximo aos 13%. Desde a máxima histórica aos 130.776, conquistada em 7 de junho, o Ibovespa já caiu 19,6%, voltando para a marca dos 102.000 pontos nesta sexta-feira, dia 26.
O índice caiu nos últimos seis meses em meio a uma combinação de riscos fiscais, avanço da inflação, alta acentuada da Selic e do dólar. Para o ano que vem, os riscos devem continuar, somados aos efeitos das eleições presidenciais, que prometem acrescentar ainda mais volatilidade ao mercado. Com essas preocupações no radar, bancos e corretoras começam a revisar suas previsões para o próximo ano, optando por perspectivas mais conservadoras.
O ponto médio entre as projeções de cinco bancos e corretoras consultados pela EXAME Invest que já possuem essas informações -- muitas casas ainda estão finalizando os seus cálculos --coloca o principal índice da B3 aos 120.000 pontos no fim de 2022. É uma pontuação vista em boa parte dos primeiros meses deste ano. Assim, se a mediana das previsões se confirmar, o índice terá levado mais de um ano para se recuperar das perdas recentes.
Instituição | Projeção para 2022 |
Ativa Investimentos | 117.000 |
Guide Investimentos | 120.000 |
Modalmais | 125.000 |
Morgan Stanley | 120.000 |
Órama | 134.000* |
*Previsão entre 130.000 e 134.000 pontos |
As perspectivas variam entre 117.000 na visão mais pessimista e 134.000 pontos no cenário mais positivo. Considerando o fechamento do último pregão, aos 102.546 pontos, o Ibovespa ainda pode subir 7,2% segundo a mediana das projeções consultadas – podendo alcançar um crescimento de 21,8% na conjuntura mais otimista.
A Órama, que mantém a perspectiva mais altista entre as instituições levantadas, prevê o Ibovespa na casa entre 130.000 e 134.000 pontos até o final de 2022. “Estamos projetando que o múltiplo preço/lucro (P/L) para o índice em 2020 seja de 8 vezes, podendo chegar a até 10 vezes”.
Já a Ativa, que tem a visão mais pessimista, cita as eleições como principal fonte de preocupação interna para reduzir suas projeções de 138.000 para 117 mil pontos. Externamente, o temor é pela retirada de estímulos nos Estados Unidos, que podem ainda não estar completamente precificados.
“Caso ocorra de forma rápida ou mais intensa, a retirada dos estímulos possui uma boa dose de surpresa, que pegaria muitos investidores desprevenidos. Olhando para dentro de casa, não vemos como muito provável a possibilidade de que a aproximação da corrida eleitoral nos trazer novos elementos positivos”, avalia Pedro Serra, gerente de research da Ativa.
Em relatório, o Morgan Stanley, afirmou que mantém exposição overweight (acima da média do mercado) no Brasil dentro da América Latina. Ainda assim, o banco segue cauteloso com as perspectivas para a bolsa brasileira. A preferência dos analistas é por papéis dos setores de alimentos e commodities, em especial petroquímicas. Já setores cíclicos como tecnologia, bancos e transporte ficam fora do radar.