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Nos EUA, Goldman Sachs prevê alta no consumo e ganhos robustos para ações em 2025

Projeção de fluxo de caixa mais robusto para consumidores e cenário otimista impulsionam ações de consumo, com destaque para o setor discricionário

O setor de consumo deve se beneficiar em 2025 com uma melhora no fluxo de caixa dos consumidores, segundo análise do Goldman Sachs. (Leandro Fonseca/Exame)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 08h16.

O consumo nos Estados Unidos deve continuar resiliente em 2025, impulsionando ações de vários setores, segundo um novo relatório da Goldman Sachs.A expectativa é que o fluxo de caixa discricionário dos consumidores cresça 5,2% no próximo ano, superando o avanço de 4,4% em 2024, um reflexo direto de taxas de inflação mais controladas e da perspectiva de queda dos juros no país.

De acordo com a Business Insider, apesar de o crescimento da renda disponível apresentar uma leve desaceleração em comparação com 2024, de 5,8% para 4,9%, a previsão ainda é positiva em relação à média histórica, garantindo uma base sólida para o cenário de consumo. “Os balanços patrimoniais das famílias permanecem robustos, com níveis de riqueza e patrimônio em relação ao PIB próximos às máximas históricas, o que, junto aos sinais de melhora na confiança do consumidor, deve sustentar um ambiente resiliente para os gastos,” apontaram os analistas do Goldman Sachs.

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A avaliação leva em conta o cenário atual de forte desempenho dos consumidores americanos.Em sua pesquisa anual sobre a temporada de festas, a Goldman destacou que consumidores de baixa renda planejam gastar mais neste final de ano, enquanto as percepções sobre preços e a necessidade de promoções começaram a moderar em relação a 2023. Esses fatores, combinados, alimentam o otimismo sobre o comportamento dos gastos ao longo de 2025.

Ações do setor discricionário lideram otimismo

Diante dessa perspectiva, o setor discricionário é apontado como o principal beneficiário do ambiente econômico projetado para 2025. Com a estabilização da inflação e a expectativa de cortes nas taxas de juros, o Goldman Sachs vê espaço para que as ações desse setor tenham desempenho superior. Empresas como Target, Bath & Body Works e DICK'S Sporting Goods estão entre os destaques, beneficiando-se do aumento na participação dos gastos discricionários no orçamento dos consumidores.

"Observamos uma rotatividade das ações de staples para discricionário nos últimos meses, à medida que o risco de recessão foi sendo reavaliado. Essa tendência deve se intensificar em 2025," afirmaram os analistas. Eles acrescentaram que as empresas do setor discricionário estão bem posicionadas para capturar ganhos diante da normalização dos gastos dos consumidores em itens não essenciais.

A análise também destaca a performance positiva de empresas com fortes cadeias de suprimentos e novas fontes de receita.A Walmart, por exemplo, é citada como um caso de sucesso, com seus investimentos em logística e crescimento em áreas alternativas, como o aumento das receitas com publicidade. A varejista teve alta acumulada de aproximadamente 78% em suas ações em 2024, um sinal claro de sua estratégia de longo prazo.

Desafios para algumas empresas

Por outro lado, o relatório chama atenção para riscos enfrentados por empresas do setor que estão expostas a tarifas elevadas e à concorrência mais acirrada. Nomes como Autozone e RH (Restoration Hardware) são exemplos de companhias que podem enfrentar um cenário mais desafiador em 2025, segundo o Goldman Sachs.

Além disso, as empresas também têm um horizonte mais positivo para o próximo ano, impulsionado pela melhora no sentimento do consumidor e na combinação de volumes de vendas e preços. “Há sinais de que os volumes e mix estão se recuperando, o que, combinado a um aumento nos custos de insumos, pode reacender a necessidade de ajustes de preços em 2025,” indicaram os analistas.

Entre os destaques do setor, empresas como Philip Morris e Monster Beverage Corporation surgem com ganhos de participação de mercado e desempenho mais consistente. Entretanto, o banco alerta para nomes como Kraft Heinz, Hershey e Clorox, que enfrentam maior pressão devido à concorrência com marcas próprias e retornos insatisfatórios em suas estratégias promocionais.

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