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No radar: PEC Emergencial, Lula, falta de vacinas e o que mais move o mercado

Proposta que prevê medidas para controle de gastos e abre espaço para auxílio deve ser votada em segundo turno nesta quarta

Plenário da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

Plenário da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de março de 2021 às 07h02.

Última atualização em 10 de março de 2021 às 07h39.

As bolsas internacionais avançam nesta manhã de quarta-feira, 10. No foco dos investidores globais estão o andamento do pacote de 1,9 trilhão de dólares nos Estados Unidos e dados de inflação no país, que serão divulgados hoje.

No cenário local, a atenção dos investidores deve estar com os eventos políticos, especialmente com a votação do segundo turno da PEC Emergencial e com o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo.

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PEC Emergencial

Aprovada ontem, 9, em primeiro turno na Câmara, a PEC Emergencial deve trazer algum alívio para os negócios na bolsa, uma vez que a medida dispõe ferramentas para controle de gastos. 

Por outro lado, ainda não foram analisadas as propostas de alteração da PEC, os chamados destaques, que ficaram para esta quarta. Os deputados voltam a se reunir hoje para discutir a possibilidade de mudanças e para que a PEC seja votada em segundo turno.

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Lula

O ex-presidente Lula irá discursar publicamente pela primeira vez desde a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de anular todas suas condenações no âmbito da Lava Jato

O discurso estava previsto para ontem, mas foi adiado. A estratégia deve ter levado em consideração o julgamento no STF da suspeição do ex-ministro Sergio Moro. Na véspera, os ministros do STF Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski fizeram duras ponderações sobre o ex-ministro, chegando a falar em “verdadeiro simulacro de ação penal”.

Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro devem ser os principais alvos do discurso de hoje, que pode inflamar ainda mais o cenário político local. No mercado, os temores é de que Bolsonaro adote uma postura “populista”, aumentando os gastos públicos, para fazer frente à popularidade de Lula. 

Vacinas

Enquanto seu principal adversário político ressurge após decisão do STF, o governo de Bolsonaro enfrenta um dos piores momentos da pandemia, com sucessivos recordes de mortes e de novos casos em função da falta de vacinas suficientes para conter a doença.

Na última noite, o Ministério da Saúde admitiu que a vacinação pode parar no país por falta de insumos e enviou ofício à embaixada da China em pedido de ajuda. 

Com o processo de vacinação lento estados tendo que endurecer as medidas de isolamento, ações de empresas que mais dependem da mobilidade social vêm sofrendo perdas severas. São Paulo já estuda passar o estado inteiro da fase vermelha para a roxa, fechando novamente escolas e interrompendo campeonatos de futebol.

IGP-M 

Será divulgada nesta manhã a primeira prévia do IGP-M de março. A expectativa é de alta de 1,83%. No acumulado de 12 meses, a inflação medida pela FGV acumula quase 30%. Embora não seja o principal indicador de inflação no país, o IGP-M serve como referência para reajustes de contratos, como o de aluguel, e há temores de que essa forte alta seja repassada, alimentando também a alta do IPCA, que já está em 4,56%.

Inflação americana

Também será apresentada nesta quarta o Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A expectativa é de que o indicador revele alta de 0,4% mensal ante 0,3% do mês passado e fique em 1,7% na comparação anual.

No país, tem crescido as preocupações sobre a inflação, com o governo e o Federal Reserve estimulando intensamente a economia americana. Para parte dos investidores, a aceleração da inflação representa a melhora da atividade econômica do país, mas outra parte acredita que ela pode sair do controle, com o Federal Reserve tendo que reduzir o volume de estímulos.

Pacotão de 1,9 trilhão de dólares

Enquanto a inflação permanece no campo das projeções, parlamentares americanos seguem tocando o pacote de 1,9 trilhão de dólares proposto pelo presidente Joe Biden em seu início de mandato. A apenas quatro dias de o auxílio suplementar a desempregados encerrar nos Estados Unidos, espera-se que o projeto de estímulo, já aprovado na Câmara e no Senado, seja enviado nesta quarta para a sanção do presidente Biden.

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