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No radar: inflação, Orçamento, pandemia e o que move os mercados

Índices americanos oscilam entre perdas e ganhos após recordes da véspera; investidores repercutem retomada dos temores de alta da inflação

(Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de abril de 2021 às 07h17.

Última atualização em 9 de abril de 2021 às 08h20.

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As bolsas internacionais voltam a operar sem direção definida nesta sexta-feira, 9, após novas altas na véspera. Os índices futuros americanos ficam entre o terreno positivo e negativo enquanto investidores pesam as perspectivas de crescimento econômico contra os temores com a inflação.

Os principais índices dos Estados Unidos subiram no último pregão, impulsionados por ganhos em ações de tecnologia. O S&P500 renovou sua máxima histórica puxado pelo rali das big techs e o Nasdaq registrou alta perto de 1%.

Nesta manhã, o S&P500 futuro opera próximo à estabilidade e o Nasdaq registra leve queda com a volta das preocupações de que a taxa de juros seja elevada antes do esperado por conta da pressão inflacionária.

Os temores voltam à pauta mesmo com a promessa do Federal Reserve ( Fed, banco central americano) de que os juros devem continuar próximos a zero “por algum tempo” até que a economia e o mercado de trabalho americano se recuperem.

Jerome Powell, presidente do Fed, disse na quinta-feira que a instituição reagiria apenas se as expectativas de inflação começassem a “mover-se persistente e materialmente” acima dos níveis toleráveis. A tese do Fed foi corroborada por dados de solicitações de seguro desemprego nos EUA, que vieram inesperadamente altos, mostrando que a recuperação permanece incompleta.

Na Europa, as bolsas ficam de olho no mercado americano e operam sem direção definida após os ganhos da véspera. Ainda assim, o índice pan-europeu STOXX600 caminha para a sexta semana consecutiva de ganhos, o maior ganho acumulado desde novembro de 2019.

Já os mercados asiáticos encerraram a semana em tendência de baixa após a divulgação de dados mostrando que a inflação ao consumidor e ao produtor chinês subiu em março em comparação com o ano anterior. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,4% e março, de -0,2% em fevereiro, e o índice de preços ao produtor (PPI) teve alta de 4,4% em março, de 1,7% no mês anterior.

Por aqui, o Ibovespa retomou no pregão desta quinta-feira o patamar dos 118 mil pontos, em meio à melhora da percepção ao risco no exterior. Hoje, o mercado deve ficar atento aos dados de inflação, enquanto investidores permanecem atentos ao exterior e ao impasse relacionado ao Orçamento de 2021.

Veja abaixo os principais destaques desta sexta-feira:

Divulgação IPCA

O IBGE divulga hoje, às 9h, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ), indicador oficial de inflação do país. O IPCA deve registrar alta de 6,20% em março na comparação anual, segundo estimativa da Bloomberg, após avanço de 5,20% na medição anterior. Na comparação mensal, a inflação deve ter subido 1,03% ante 0,86% na leitura de fevereiro.

Governo investigado na pandemia

O mercado continua atento às discussões sobre a vacinação e o avanço da pandemia no país. Na noite de ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou que o Senado tome providências para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, para investigar eventuais omissões do governo federal no combate à pandemia.

Ontem o Brasil registrou um novo recorde diário de mortes pela doença, que causou 4.249 óbitos e teve 86.652 novos casos confirmados na quinta-feira, segundo dados do Ministério da Saúde.

Orçamento de 2021

Seguem ainda as discussões sobre o Orçamento de 2021, aprovado em março pelo Congresso e classificado por analistas como “fictício” e “impraticável”. O presidente Jair Bolsonaro tem até o dia 22 de abril para sancionar o texto, que pode levá-lo a cometer crime de responsabilidade se for sancionado da forma atual.

Infra Week

O Ministério da Infraestrutura realiza leilão de concessão do arrendamento de cinco terminais portuários na B3, dando continuidade à“ Infra Week ”. Ontem a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou o leilão da subconcessão do trecho da Ferrovia de Integração Oeste–Leste, arrematado pela Bahia Mineração (Bamin).

Na quarta-feira, a CCR (CCRO3) arrematou dois blocos no leilão de aeroportos por 2,8 bilhões de reais, movimento que pode gerar valor aos acionistas, segundo análise daEXAME Invest Pro.

Ofertas

O banco digitalmodalmaisdefiniu na tarde de ontem a faixa de preço de sua oferta pública inicial de units ( IPO, na sigla em inglês), que deve movimentar cerca de 1,5 bilhão de reais. O valor considera a precificação no meio da faixa, que foi definida entre 24,30 e 32,82 reais por unit, composta por duas ações preferenciais e uma ação ordinária cada.

A elétrica Energisa (ENGI11) também anunciou ontem que deve lançar uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) de emissão da Rede Energia Participações (REDE3) a 8,42 por papel.

Já a Petrobras (PETR3;PETR4) informou que fará uma oferta de recompra globais de títulos realizada por sua subsidiária integral Petrobras Global Finance. A operação deve movimentar cerca de 2,5 bilhões de dólares.

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