Netflix fica mais caro nos EUA e investidores comemoram
Valor da mensalidade da Netflix será reajustada na próxima semana; para analistas, aumento da receita é essencial para manter investimento em conteúdo
Rita Azevedo
Publicado em 5 de outubro de 2017 às 15h59.
Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 15h28.
São Paulo -- Toda vez que a Netflix anuncia o reajuste do preço de suas mensalidades, uma enxurrada de críticas de assinantes aparece nas redes sociais.
Os usuários do serviço podem até não gostar da decisão, mas a notícia agrada -- e muito -- os investidores da empresa.
Nesta quarta-feira, após confirmar o aumento do valor cobrado por alguns de seus planos nos Estados Unidos, as ações da companhia dispararam mais de 5%.
O motivo para a euforia é óbvio. Com um maior volume de receitas, fica muito mais fácil para a Netflix manter o nível de investimentos e criar programas próprios, como as séries Stranger Things, The Crown e House of Cards.
Para 2018, a empresa planeja gastar 7 bilhões de dólares apenas com conteúdo, como ressalta o site Business Insider. Atualmente, o gasto anual com produções está na cada dos 6 bilhões de dólares.
Além disso, a empresa deve bancar outros investimentos divulgados recentemente como a contratação de Shonda Rhimes -- criadora de séries como Grey’s Anatomy, Scandal e How to Get Away with Murder -- e a compra daeditora de quadrinhos Millarworld.
O peso de US$ 2
A partir da próxima semana, os novos usuários norte-americanos passarão a pagar 10,99 dólares pelo plano Padrão (que permite assistir filmes em resolução HD em até dois dispositivos), ante os 9,99 dólares cobrados antes.
O plano de nível mais alto, que suporta recursos como resolução de vídeo 4K e quatro usuários simultâneos, aumentará de 11,99 dólares para 13,99 dólares. O preço da versão básica não será alterado.
No Brasil, o reajuste mais recente ocorreu em julho deste ano, quando o preço do Padrão passou de 22,90 reais para 27,90 reais e o Premium de 29,90 reais para 37,90 reais.
Entre os analistas, ainda não há consenso sobre o impacto do aumento dos valores na conquista de novos usuários. No segundo trimestre do ano passado, a Netflix usou um reajuste desse tipo para justificar um crescimento tímido no número de assinantes.
Segundo os números mais recentes, divulgados em julho, a empresa conta com 51,92 milhões de usuários nos Estados Unidos e 52,03 milhões de usuários no resto do mundo.