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“Não tente acertar o futuro”: a lição de Howard Marks a investidores brasileiros

Co-fundador da Oaktree Capital ressalta a importância de investimentos de longo prazo em períodos de incertezas

Howard Marks, co-chairman da Oaktree Capital Management Most Influential Summit in New York, U.S., on Wednesday, Sept. 28, 2016. The summit will host financial leaders for a day of deep insight, unparalleled analysis, and networking while delving into topics like: navigating volatility, placing bets in China, the impact of the U.S. election, the liquidity crisis, and more. Photographer: Michael Nagle/Bloomberg via Getty Images (Michael Nagle/Bloomberg/Getty Images)
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 24 de julho de 2024 às 18h52.

O mercado financeiro dedica inúmeras horas avaliando os potenciais riscos e oportunidades do cenário econômico. No entanto, Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital e um dos investidores mais renomados do mundo, acredita que o melhor investimento não é aquele baseado em expectativas de eventos futuros.

"Devido à incerteza geopolítica e à aleatoriedade, ninguém vai acertar todas [as premissas]. Se você deseja ter sucesso constante, é preciso trabalhar em profissões que seguem a ciência e não o acaso e as incertezas do mundo real", afirmou Marks em um painel com clientes e convidados da corretora Avenue, especializada em investimentos de brasileiros no exterior.

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Embora Marks reconheça um nível maior de incerteza no cenário atual, ele avalia que esses momentos costumam gerar melhores oportunidades. "Os desastres improváveis com os quais o mercado se preocupa não devem dissuadir esse tipo de investimento. Quando as pessoas sentem medo e vendem, você deve ter coragem e não vender. Historicamente, isso costuma ser melhor do que tentar acertar o momento de entrada e saída."

Vale o risco?

Na avaliação de Marks, o investidor deve priorizar investimentos de longo prazo e depender menos de variáveis com maior grau de incerteza. Ele ainda questiona se vale a pena buscar maior risco, dadas as taxas relativamente altas que estão sendo pagas no crédito privado americano.

"Se já é possível ganhar retornos de 7% a 9% com crédito, ou até mais se tudo for muito bem, por que arriscar? Para ganhar 12% ou 15%? Buffett já questionava: 'Para que arriscar o que tem e precisa por algo que não tem e não precisa?'"

Para conseguir retornos ainda mais expressivos, o investidor pontua que é necessário buscar em lugares que "não são tão obviamente interessantes". Um exemplo que Marks dá é a China.

"Muitos investidores consideram inviável investir no país. O governo chinês expressa hostilidade. Mas as ações e outros ativos caíram significativamente. A queda é justificada, não é suficiente ou é excessiva? Com essa falta de conforto, talvez os preços mostrem oportunidades." Marks alerta: "Você pode conseguir um ótimo retorno ou ter perdas significativas."

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