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Na contramão do mercado, boutique de investimentos expande operações, chega à Bahia e mira exterior

Criada durante a pandemia, B.Side Investimentos inaugurou sua terceira sede em São Paulo; "temos dobrado de tamanho todos os anos", afirma CEO

Antônio Costa, CEO da Wealth Management da B.Side (esq.) e Rafael Christiansen, CEO e fundador da B.Side. (Leandro Fonseca/Exame)

Antônio Costa, CEO da Wealth Management da B.Side (esq.) e Rafael Christiansen, CEO e fundador da B.Side. (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 24 de abril de 2024 às 10h35.

Última atualização em 24 de abril de 2024 às 11h57.

Juros altos, resgates na indústria de fundos e um ambiente de consolidação: é nesse cenário desafiador que a B.Side Investimentos tem vivido uma espécie de lado B do mercado brasileiro, de crescimento e expansão. Criada em junho de 2020, próximo ao pico da pandemia, a B.Side nasceu como um escritório de agentes autônomos ligado ao BTG Pactual, que tem participação no negócio. Hoje, tem se voltado cada vez mais para a gestão de fortunas, além de serviços bancários e de bancos de investimentos. Gerencia mais de R$ 7 bilhões, somando os valores assessorados e os sob gestão. O objetivo, até o fim do ano, é chegar a R$ 10 bilhões. "Estamos bem animados com a possibilidade de chegar a essa cifra ainda neste semestre. Temos conseguido dobrar de tamanho todos os anos", afirma Rafael Christiansen, CEO e fundador da B.Side.

Sintoma do crescimento explosivo, a B.Side se mudou no início de março para sua terceira sede na capital paulista. O novo escritório é localizado na região da Faria Lima, centro financeiro da cidade. Além do tamanho maior para acomodar as cerca de 70 pessoas que trabalham na sede, a nova casa busca manter todos no mesmo ambiente. A ideia, conta o CEO, é estimular as sinergias entre as áreas. A exceção é a divisão de Wealth, que, por questão regulatória, precisa estar fisicamente apartada das demais.

Escritório da B.Side Investimentos  Foto: Leandro Fonseca/Exame


Antes de fundar a B.Side, Christiansen esteve à frente do atendimento a clientes do Safra e do Credit Suisse, com patrimônios acima de R$ 50 milhões, na classe denominada pelos banqueiros como 'ultra high'. Não à toa, a primeira vertical da B.Side para além de AAI foi em gestão de fortunas. Para tocar a Wealth Management foi trazido o executivo Antônio Costa, que já tinha presidido as áreas de wealth da Azimut, Marryll Lynch e JGP.

"Dessa vertical a gente acabou acelerando a construção da área de mercado de capitais, que já corresponde a um terço do nosso faturamento", recorda Christiansen. Entre as principais atuações nessa frente estão as emissões de dívida. A divisão, aponta, tem grandes sinergias com outras da empresa, especialmente a de gestão de fortunas.  

"Muitas vezes nos sentamos com o cliente para realizar uma consultoria de gestão patrimonial ou planejar um processo sucessório e saímos com uma emissão de CRI. Entendemos que são áreas complementares. Estamos organizados como uma boutique de investimentos para atender  o cliente de uma forma holística. Não queremos ser uma casa disso ou daquilo", diz Costa.

Na tentativa de atender todas as necessidades do cliente em um único local, a B.Side expandiu seus serviços para o setor bancário, oferecendo seguros, câmbio e crédito imobiliário. No entanto, Christiansen descarta a ideia de transformar a empresa em uma corretora. "Não temos essa pretensão. Não é necessário ser uma corretora para fornecer um excelente serviço ao cliente; conseguimos isso através de nossos parceiros."

Expansão geográfica

Atualmente, cerca de 70 pessoas trabalham na sede da B.Side em São Paulo. Incluindo as filiais, o total chega a 90, quase preenchendo as 100 vagas do novo escritório. Além da equipe paulistana, a B.Side tem escritórios em Belo Horizonte, Ribeirão Preto e o mais recente em Salvador. Todos formados por profissionais locais.

Preferimos não enviar alguém de São Paulo para gerenciar as operações em outras regiões. O Brasil é um país regionalizado; por isso, optamos por ter sócios locais que já possuem um relacionamento estabelecido com os clientes, o que acreditamos facilitar o processo", explica Christiansen.

A recente parceria em Salvador foi estabelecida com um escritório que já possuía relações profissionais com Costa, que é baiano. Esta parceria incluiu a incorporação de banqueiros soteropolitanos Daniel Lopes, João Massa e Thiago Lauria ao quadro de sócios da B.Side.

"O mais importante é estarem alinhados com o nosso modelo. A partir daí definimos uma decisão", diz Costa.

A B.Side ainda planeja abrir outras duas filiais neste ano, uma delas fora do país. A expansão para além das fronteiras é um desejo antigo na busca de melhor atender o cliente no mercado internacional. Segundo Christiansen, as negociações estão avançadas para a abertura do primeiro escritório no exterior.

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