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Moody’'s reduz nota da Petrobras

O pano de fundo é a fragilidade da governança corporativa da petroleira e sua capacidade de evitar prejuízo aos investidores causados por fraudes

Petrobras: agência decidiu rebaixar a nota que mede a gestão da estatal sem o suporte do governo (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 20h44.

Rio - As denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras já afetam a avaliação de risco da estatal.

Nesta quarta-feira, 3, a agência de classificação Moody's decidiu rebaixar a nota que mede a gestão da estatal sem o suporte do governo.

O pano de fundo é a fragilidade da governança corporativa da petroleira e sua capacidade de evitar prejuízo aos investidores causados por fraudes.

A agência rebaixou em um degrau a classificação do risco individual de baa3 para ba1.

Apesar da queda, a nota ainda mantém a Petrobras no seleto grupo de empresas com selo de grau de investimento, ou seja, com maior acesso a crédito de grandes investidores internacionais.

A Moody's, porém, não mexeu na nota global da Petrobras, que permanece em baa2, com perspectiva negativa.

A decisão de hoje pode ser uma indicação de que a Petrobras corre o risco de ter sua nota global rebaixada em breve. Mas, segundo fontes, a chance da petroleira perder o grau de investimento é mínima.

Para que isso aconteça, a Moody's teria que rebaixar em mais dois níveis a classificação da Petrobras. O que tem sustentado a nota global da companhia é a certeza de que a estatal poderá sempre contar com o apoio do Tesouro Nacional.

A Moody's já havia demonstrado confiança no governo ao justificar a manutenção do grau de investimento da petroleira em outubro.

Naquela ocasião, a agência já havia rebaixado a nota global da petroleira, de Baa1 para Baa2. A decisão foi justificada pelo alto grau de endividamento da empresa.

Apesar de o mercado ainda não conhecer os resultados da companhia no terceiro trimestre, que teve a divulgação suspensa após a auditoria externa Pricewaterhouse Coopers (PwC) se recusar a revisar os números sem um aprofundamento das investigações de corrupção, o rebaixamento expressa o pessimismo com o cenário econômico da companhia.

A avaliação é que pesou na decisão da Moody's, além do cenário de incertezas diante do impacto contábil da corrupção no caixa da empresa, a possibilidade de a Petrobras ter suas dívidas cobradas antecipadamente pelos credores.

Fator que pesa sobre essa avaliação é a alavancagem da companhia, medida pelo ela relação entre endividamento líquido e patrimônio líquido.

No segundo trimestre, a alavancagem ficou em 40%, acima do patamar de 35% desejado pela estatal.

A perspectiva da Petrobras é que o indicador só volte aos níveis desejados após 2018. Atualmente, a companhia possui mais de R$ 308 bilhões em endividamento bruto.

Parte deste valor é em moeda estrangeira, o que expõe a companhia às oscilações e pressões do câmbio.

O que preocupa a companhia e os investidores é que parte desses títulos de dívidas condiciona o prazo de vencimento à apresentação atualizada das informações financeiras.

Como não houve o balanço do último trimestre, poderia acontecer uma corrida de antecipação de resgate dos títulos, ampliando o custo para a empresa.

Até junho, a companhia registrou em caixa operacional de R$ 30,5 bilhões e investimentos de R$ 41,499 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, o lucro da estatal somou R$ 10,352 bilhões, retração de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.

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O pano de fundo é a fragilidade da governança corporativa da petroleira e sua capacidade de evitar prejuízo aos investidores causados por fraudes.

A agência rebaixou em um degrau a classificação do risco individual de baa3 para ba1.

Apesar da queda, a nota ainda mantém a Petrobras no seleto grupo de empresas com selo de grau de investimento, ou seja, com maior acesso a crédito de grandes investidores internacionais.

A Moody's, porém, não mexeu na nota global da Petrobras, que permanece em baa2, com perspectiva negativa.

A decisão de hoje pode ser uma indicação de que a Petrobras corre o risco de ter sua nota global rebaixada em breve. Mas, segundo fontes, a chance da petroleira perder o grau de investimento é mínima.

Para que isso aconteça, a Moody's teria que rebaixar em mais dois níveis a classificação da Petrobras. O que tem sustentado a nota global da companhia é a certeza de que a estatal poderá sempre contar com o apoio do Tesouro Nacional.

A Moody's já havia demonstrado confiança no governo ao justificar a manutenção do grau de investimento da petroleira em outubro.

Naquela ocasião, a agência já havia rebaixado a nota global da petroleira, de Baa1 para Baa2. A decisão foi justificada pelo alto grau de endividamento da empresa.

Apesar de o mercado ainda não conhecer os resultados da companhia no terceiro trimestre, que teve a divulgação suspensa após a auditoria externa Pricewaterhouse Coopers (PwC) se recusar a revisar os números sem um aprofundamento das investigações de corrupção, o rebaixamento expressa o pessimismo com o cenário econômico da companhia.

A avaliação é que pesou na decisão da Moody's, além do cenário de incertezas diante do impacto contábil da corrupção no caixa da empresa, a possibilidade de a Petrobras ter suas dívidas cobradas antecipadamente pelos credores.

Fator que pesa sobre essa avaliação é a alavancagem da companhia, medida pelo ela relação entre endividamento líquido e patrimônio líquido.

No segundo trimestre, a alavancagem ficou em 40%, acima do patamar de 35% desejado pela estatal.

A perspectiva da Petrobras é que o indicador só volte aos níveis desejados após 2018. Atualmente, a companhia possui mais de R$ 308 bilhões em endividamento bruto.

Parte deste valor é em moeda estrangeira, o que expõe a companhia às oscilações e pressões do câmbio.

O que preocupa a companhia e os investidores é que parte desses títulos de dívidas condiciona o prazo de vencimento à apresentação atualizada das informações financeiras.

Como não houve o balanço do último trimestre, poderia acontecer uma corrida de antecipação de resgate dos títulos, ampliando o custo para a empresa.

Até junho, a companhia registrou em caixa operacional de R$ 30,5 bilhões e investimentos de R$ 41,499 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, o lucro da estatal somou R$ 10,352 bilhões, retração de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.

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