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Moody’s não eleva rating do Brasil e explica os 4 motivos

País ainda tem indicadores inferiores aos governos com nota de crédito similar

A volatilidade do crescimento econômico também pesou na decisão (Marcello Casal Jr/ABr)
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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 16h07.

São Paulo – A Moody’s não elevou a nota de classificação de risco do Brasil, como parte do mercado esperava. Aproximadamente 17 meses após o aumento do rating de Baa3 para Baa2, a agência de classificação de rating reafirmou nesta quarta-feira a nota do país e a sua perspectiva positiva.

A expectativa era grande porque há uma regra de se revisar a nota em no máximo 18 meses após a atribuição de uma perspectiva. E como a tendência era de alta, isso justificava a aposta de que a nota pudesse subir um degrau na escala, para Baa1. Mas não foi isso que aconteceu. A agência, apesar de notar melhoras no ambiente econômico, ressaltou a permanência de alguns problemas.

“Uma redução significativa na taxa Selic em direção a níveis de apenas um dígito acoplada a indicações de que as condições macroeconômicas podem favorecer um ambiente de taxas de juros mais baixas no futuro representa recentes fatores positivos para o crédito que, na opinião da Moody’s, poderiam ter implicações favoráveis no rating soberano do Brasil”, mostra a nota assinada por Mauro Leos e Bart Oosterveld.

Os analistas, contudo, ressaltaram quatro principais indicadores que ainda seguram o país no nível atual:

1– Investimento

De acordo com a agência, o índice de investimento do Brasil está muito abaixo da média dos países na escala Baa. Enquanto o país tem um nível abaixo de 20% do PIB (Produto Interno Bruto), os demais estão em 25%.


O México, por exemplo, que tem a nota Baa1, almejada pelo Brasil, tem um índice de 25%. O Peru, em Baa3, também está acima (24%). As porcentagens são uma média entre 2007 e 2011.

2– Carga de juros

Apesar da queda expressiva da Selic, que desde junho (data da última revisão do rating) caiu de 12,5% para 7,25% ao ano, o país ainda gasta 15% das receitas do governo. “É o dobro da mediana correspondente a emissores Baa”, explicam. O México guarda 9,5% para tal finalidade e o Peru apenas 5,5%.

3– Necessidades Financeiras

A Moody’s ressalta que o país tem uma necessidade financeira bruta da ordem de 15% do PIB, que supera a maioria dos governos classificados no extremo superior do grupo Baa.

4– Volatilidade do crescimento

A economia brasileira esfriou nos últimos anos e agora estacionou em um patamar baixo, que está inferior ao potencial, ressaltam. “Apesar das autoridades terem adotado algumas medidas para sustentar o crescimento, ainda resta um receio quanto à velocidade em que o crescimento será retomado, com alguns indicadores ainda denotando a presença de um enfraquecimento econômico relativo durante o segundo semestre de 2012”, destacam.

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São Paulo – A Moody’s não elevou a nota de classificação de risco do Brasil, como parte do mercado esperava. Aproximadamente 17 meses após o aumento do rating de Baa3 para Baa2, a agência de classificação de rating reafirmou nesta quarta-feira a nota do país e a sua perspectiva positiva.

A expectativa era grande porque há uma regra de se revisar a nota em no máximo 18 meses após a atribuição de uma perspectiva. E como a tendência era de alta, isso justificava a aposta de que a nota pudesse subir um degrau na escala, para Baa1. Mas não foi isso que aconteceu. A agência, apesar de notar melhoras no ambiente econômico, ressaltou a permanência de alguns problemas.

“Uma redução significativa na taxa Selic em direção a níveis de apenas um dígito acoplada a indicações de que as condições macroeconômicas podem favorecer um ambiente de taxas de juros mais baixas no futuro representa recentes fatores positivos para o crédito que, na opinião da Moody’s, poderiam ter implicações favoráveis no rating soberano do Brasil”, mostra a nota assinada por Mauro Leos e Bart Oosterveld.

Os analistas, contudo, ressaltaram quatro principais indicadores que ainda seguram o país no nível atual:

1– Investimento

De acordo com a agência, o índice de investimento do Brasil está muito abaixo da média dos países na escala Baa. Enquanto o país tem um nível abaixo de 20% do PIB (Produto Interno Bruto), os demais estão em 25%.


O México, por exemplo, que tem a nota Baa1, almejada pelo Brasil, tem um índice de 25%. O Peru, em Baa3, também está acima (24%). As porcentagens são uma média entre 2007 e 2011.

2– Carga de juros

Apesar da queda expressiva da Selic, que desde junho (data da última revisão do rating) caiu de 12,5% para 7,25% ao ano, o país ainda gasta 15% das receitas do governo. “É o dobro da mediana correspondente a emissores Baa”, explicam. O México guarda 9,5% para tal finalidade e o Peru apenas 5,5%.

3– Necessidades Financeiras

A Moody’s ressalta que o país tem uma necessidade financeira bruta da ordem de 15% do PIB, que supera a maioria dos governos classificados no extremo superior do grupo Baa.

4– Volatilidade do crescimento

A economia brasileira esfriou nos últimos anos e agora estacionou em um patamar baixo, que está inferior ao potencial, ressaltam. “Apesar das autoridades terem adotado algumas medidas para sustentar o crescimento, ainda resta um receio quanto à velocidade em que o crescimento será retomado, com alguns indicadores ainda denotando a presença de um enfraquecimento econômico relativo durante o segundo semestre de 2012”, destacam.

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