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Milho puxa aumento de negócios agropecuários na BM&F

Movimentações do milho cresceram 166 por cento na comparação com julho de 2011

Grãos de milho: preços dos cereais subiram para o maior patamar desde setembro de 2008 (Wikimedia Commons)

Grãos de milho: preços dos cereais subiram para o maior patamar desde setembro de 2008 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 16h40.

São Paulo - O número de contratos futuros e de opções do mercado agropecuário da BM&FBovespa subiu 58,9 por cento em julho na comparação com o mês anterior, com grande aumento nos negócios com milho, em meio à escalada de preços provocada pela seca nas lavouras dos Estados Unidos.

O balanço de negócios de julho divulgado pela BM&FBovespa nesta sexta-feira registra 309 mil contratos negociados no mês passado, contra 194,4 mil em junho e ante 227,7 mil contratos em julho de 2011.

O volume de julho foi o maior em 20 meses, segundo a instituição.

O maior salto foi registrado na movimentação do milho, que cresceu 166 por cento na comparação com julho de 2011. Ante junho, a alta foi de 70,4 por cento.

Somando-se futuros e opções, foram 138 mil contratos de milho negociados em julho, um recorde histórico, ante cerca de 52 mil contratos em julho de 2011.


"Se tem mais risco de preço, tem mais demanda por hedge. É uma maneira de comprar um seguro de preço", disse à Reuters o diretor de Commodities da BM&FBovespa, Ivan Wedekin, referindo-se às incertezas com a safra do grão nos Estados Unidos.

Na comparação dos sete primeiros meses de 2012 com o mesmo período de 2011 também há um incremento no interesse pelos contratos de milho na BMF&Bovespa, com crescimento de quase 56 por cento.

CAFÉ A movimentação no mercado de café arábica foi a que sofreu mais desaceleração na BM&FBovespa neste ano.

No acumulado dos primeiros sete meses deste ano houve redução de 38,7 por cento no volume de negócios, com 175,7 mil contratos em 2012 contra 286,6 mil em 2011.

Na comparação de julho com o mesmo mês do ano passado a queda foi de 31 por cento.

Segundo Wedekin, parte da explicação está saída em peso de investidores estrangeiros em função da taxação de IOF que vigorou entre 2009 e dezembro de 2011, da qual a bolsa brasileira ainda está se recuperando.

Os investidores estrangeiros chegaram a ter 35 por cento das posições em aberto no café. No fim do ano passado, esse volume caiu para 2 por cento.

"Agora estamos em 8 por cento, e toda volta é sempre mais complicada. Perder é mais fácil do que ganhar", disse ele referindo-se ao retorno gradual da participação do capital internacional.

"O segundo ponto é fator de mercado. Os preços de café caíram 28 por cento em 12 meses, uma queda muito acentuada que dá uma travada no mercado. Produtores e cooperativas avaliaram que o mercado estava ruim e decidiram não travar posição", disse ele.

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