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Merrill Lynch vê europeus menos pessimistas com Bovespa

Segundo a Merrill Lynch, os investidores acreditam que o Brasil não é o único país com piora nos fundamentos econômicos

Trader trabalha na Bolsa de Valores de São Paulo: relatório contrasta com a capa da “The Economist” que questiona o potencial de crescimento brasileiro (Paulo Fridman/Bloomberg News)
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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 16h28.

São Paulo - Os investidores europeus estão menos pessimistas com o mercado brasileiro de ações em relação ao início do ano, avalia o Bank of America Merrill Lynch. Relatório do banco enviada a clientes retrata a visita a investidores em ações europeus ocorrida na semana passada. Segundo o banco, a melhora do humor se devia a três fatores.

O primeiro, o fato de os investidores já terem digerido o esperado baixo crescimento do país nos próximos anos. O segundo, o fato de os fundamentos de outros emergentes terem se deteriorado de maneira mais forte do que os do Brasil mais recentemente. E o terceiro, o fato de os europeus já terem reduzido as compras de papéis brasileiros há algum tempo. Por conta disso, as entradas de capitais estrangeiros para compras de ações brasileiras voltaram a se recuperar nas últimas semanas, diz o banco.

Neste mês, o saldo de investidores estrangeiros está positivo, com entrada líquida de R$ 4,581 bilhões até dia 24 de setembro. No ano, o saldo está positivo em R$ 10,990 bilhões.

O relatório do banco contrasta com a capa da revista “The Economist”, divulgada hoje, que questiona o potencial de crescimento brasileiro e as políticas do governo.

Não mais o pior da classe

Segundo a Merrill Lynch, os investidores acreditam que o Brasil não é o único país com piora nos fundamentos econômicos. A percepção é que outros emergentes mostram maiores problemas na margem. Um ano atrás, o Brasil tinha o pior crescimento entre os 10 maiores mercados emergentes, mas agora está no meio da amostra graças à melhora no segundo trimestre deste ano.


A expectativa dos investidores é que o Brasil cresça entre 2% e 3% nos próximos três anos. A percepção é de que o crescimento será limitado pelo menor crescimento da renda, do crédito e pela deterioração do mercado de trabalho.

Concessões

O programa de concessões federal é visto por parte dos investidores europeus como um potencial gatilho para a melhora das expectativas. Mas a falta de interessados em uma das rodovias oferecidas e a desistência de empresas importantes em participar do leilão do campo de petróleo de Libra mostrariam que o cenário para concessões segue desafiador, com várias companhias evitando investir antes da eleição presidencial do ano que vem.

Queda no emprego pode ser menor

Alguns investidores não concordam com a visão do Merrill Lynch de que o Brasil terá uma queda mais forte no emprego do setor de serviços, em virtude do menor crescimento da renda geral. A redução do emprego nos serviços, acredita o banco, pode levar a um círculo vicioso no mercado de trabalho brasileiro, reduzindo as vagas em geral.

O lado positivo desse ajuste é que ele poderia aliviar a pressão sobre os preços dos serviços, que segue a um ritmo de 8% a 9% de alta ao ano. A maior preocupação sobre a inflação é em relação ao eventual reajuste em preços controlados pelo governo, como combustíveis, tarifas de ônibus e pedágios, que não subiram por conta dos protestos em todo o país.

Juros sobem menos e real se desvaloriza

Os clientes do banco acreditam também em um ciclo curto de alta nos juros após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de não retirar os incentivos ao mercado em sua última reunião. A Merrill Lynch acredita em pelo menos mais um aumento no juro básico Selic, para 9,5% ao ano, na reunião de outubro do Copom.


Com relação ao real, a previsão dos investidores é de uma queda no dólar no curto prazo, mas a percepção é que a moeda americana deve voltar para R$ 2,40 no ano que vem.

Contas públicas

Os investidores questionaram mais a Merrill Lynch sobre as contas públicas brasileiras do que sobre o déficit externo do país, tentando entender melhor os riscos. O banco destacou que, além do declínio do superávit primário e o aumento da dívida pública em relação ao PIB, as agências de rating estão de olho na expansão dos ativos de bancos federais como BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Para a Merrill Lynch, essa situação deve levar ao rebaixamento da nota de crédito brasileira no início de 2014. O risco nos próximos meses seria uma mudança na perspectiva de rating pela Moody’s.

Economia da Marina e união Aécio-Campos

Os investidores europeus também se mostraram muito interessados no cenário político, tendo em vista a eleição presidencial do ano que vem. Muitos querem saber sobre as chances da candidata Marina Silva e a visão dela sobre a economia, já que ela aparece em segundo lugar nas pesquisas. A Merrill Lynch acredita que nos próximos 13 meses antes das eleições, as principais variáveis a serem monitoradas são o crescimento da economia e o mercado de trabalho.

O banco acredita em um cenário de maior competição para a próxima eleição. Os investidores queriam saber também sobre as chances de Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, formarem uma chapa só para concorrer à Presidência, o que o banco considera, porém, pouco provável, ao menos neste momento.

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O primeiro, o fato de os investidores já terem digerido o esperado baixo crescimento do país nos próximos anos. O segundo, o fato de os fundamentos de outros emergentes terem se deteriorado de maneira mais forte do que os do Brasil mais recentemente. E o terceiro, o fato de os europeus já terem reduzido as compras de papéis brasileiros há algum tempo. Por conta disso, as entradas de capitais estrangeiros para compras de ações brasileiras voltaram a se recuperar nas últimas semanas, diz o banco.

Neste mês, o saldo de investidores estrangeiros está positivo, com entrada líquida de R$ 4,581 bilhões até dia 24 de setembro. No ano, o saldo está positivo em R$ 10,990 bilhões.

O relatório do banco contrasta com a capa da revista “The Economist”, divulgada hoje, que questiona o potencial de crescimento brasileiro e as políticas do governo.

Não mais o pior da classe

Segundo a Merrill Lynch, os investidores acreditam que o Brasil não é o único país com piora nos fundamentos econômicos. A percepção é que outros emergentes mostram maiores problemas na margem. Um ano atrás, o Brasil tinha o pior crescimento entre os 10 maiores mercados emergentes, mas agora está no meio da amostra graças à melhora no segundo trimestre deste ano.


A expectativa dos investidores é que o Brasil cresça entre 2% e 3% nos próximos três anos. A percepção é de que o crescimento será limitado pelo menor crescimento da renda, do crédito e pela deterioração do mercado de trabalho.

Concessões

O programa de concessões federal é visto por parte dos investidores europeus como um potencial gatilho para a melhora das expectativas. Mas a falta de interessados em uma das rodovias oferecidas e a desistência de empresas importantes em participar do leilão do campo de petróleo de Libra mostrariam que o cenário para concessões segue desafiador, com várias companhias evitando investir antes da eleição presidencial do ano que vem.

Queda no emprego pode ser menor

Alguns investidores não concordam com a visão do Merrill Lynch de que o Brasil terá uma queda mais forte no emprego do setor de serviços, em virtude do menor crescimento da renda geral. A redução do emprego nos serviços, acredita o banco, pode levar a um círculo vicioso no mercado de trabalho brasileiro, reduzindo as vagas em geral.

O lado positivo desse ajuste é que ele poderia aliviar a pressão sobre os preços dos serviços, que segue a um ritmo de 8% a 9% de alta ao ano. A maior preocupação sobre a inflação é em relação ao eventual reajuste em preços controlados pelo governo, como combustíveis, tarifas de ônibus e pedágios, que não subiram por conta dos protestos em todo o país.

Juros sobem menos e real se desvaloriza

Os clientes do banco acreditam também em um ciclo curto de alta nos juros após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de não retirar os incentivos ao mercado em sua última reunião. A Merrill Lynch acredita em pelo menos mais um aumento no juro básico Selic, para 9,5% ao ano, na reunião de outubro do Copom.


Com relação ao real, a previsão dos investidores é de uma queda no dólar no curto prazo, mas a percepção é que a moeda americana deve voltar para R$ 2,40 no ano que vem.

Contas públicas

Os investidores questionaram mais a Merrill Lynch sobre as contas públicas brasileiras do que sobre o déficit externo do país, tentando entender melhor os riscos. O banco destacou que, além do declínio do superávit primário e o aumento da dívida pública em relação ao PIB, as agências de rating estão de olho na expansão dos ativos de bancos federais como BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Para a Merrill Lynch, essa situação deve levar ao rebaixamento da nota de crédito brasileira no início de 2014. O risco nos próximos meses seria uma mudança na perspectiva de rating pela Moody’s.

Economia da Marina e união Aécio-Campos

Os investidores europeus também se mostraram muito interessados no cenário político, tendo em vista a eleição presidencial do ano que vem. Muitos querem saber sobre as chances da candidata Marina Silva e a visão dela sobre a economia, já que ela aparece em segundo lugar nas pesquisas. A Merrill Lynch acredita que nos próximos 13 meses antes das eleições, as principais variáveis a serem monitoradas são o crescimento da economia e o mercado de trabalho.

O banco acredita em um cenário de maior competição para a próxima eleição. Os investidores queriam saber também sobre as chances de Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, formarem uma chapa só para concorrer à Presidência, o que o banco considera, porém, pouco provável, ao menos neste momento.

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