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Mercados apostam todas as fichas na cúpula de Bruxelas

Analistas admitem que é difícil saber o que querem os investidores para sair da crise grega

Mercados estão convencidos de que a Grécia pode realizar o default (Thomas Coex/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 18h19.

Paris - Os mercados financeiros, presos na tempestade da crise da dívida na Zona do Euro, esperam que os líderes europeus adotem, na próxima quinta-feira, na cúpula de Bruxelas, ao menos um plano de ajuda duradouro para a Grécia e avanços para um maior federalismo na Europa.

A ideia de uma reunião extraordinária de líderes europeus surgiu na semana passada, antes de decidir finalmente pela data de 21 de julho.

Isso porque, como destacam a maioria dos analistas consultados, "a casa está pegando fogo".

Os mercados estão convencidos de que a Grécia não poderá honrar seus compromissos e o pior, que o problema se propague como fio de pólvora para a Espanha e Itália, o que sem dúvida abalaria a Zona do Euro.

Para Bruno Cavalier, economista-chefe de Oddo Securities, "o risco de contágio a países que são 'muito grandes para ser salvos' obrigam os líderes europeus a ter resultados". Mas quais?

Jean-Louis Mourier, economista de mercado da corretora Aurel BGC, considera que é difícil saber o que na verdade querem os mercados e que é necessário "distinguir entre o que podem esperar e o que está sobre a mesa".

Foram levantadas várias opções, como a recompra da dívida grega, uma taxa aos bancos ou o reescalonamento, enquanto no centro do debate continua o tema do "default" ou calote da dívida.

"Os mercados não esperam uma solução milagre", afirma Mourier.


Uma opinião que coincide com a da chanceler alemã, Angela Merkel, que advertiu na terça-feira que não há de esperar uma "decisão espetacular" na quinta-feira em Bruxelas.

É certo, mas os mercados esperam que no mínimo a Grécia seja salva, com um segundo plano de ajuda depois do entregue há pouco mais de um ano, diz Mourier.

"O mínimo necessário se quiserem acalmar o mercado é a recompra da dívida", seja pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Fesf), ou dando os meios à Grécia, afirma por sua vez Jean-François Robin, estrategista de mercado de títulos públicos da Natixis.

Resta saber o nível de envolvimento do setor privado e sobretudo dos bancos, uma incerteza que derrubou as ações nestes últimos dias.

Os bancos alemães e franceses criticaram a possibilidade de que lhes seja imposta uma taxa para salvar a Grécia.

Em todos os casos, os analistas do Société Générale Cross Asset Research temem que "os numerosos investidores que esperam medidas rápidas possam ficar decepcionados".

Segundo eles, os líderes europeus poderão reunir-se novamente em setembro para definir os detalhes do plano, sobretudo, no que diz respeito à intervenção do Fesf, cuja aplicação provavelmente levará vários meses.

Até o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou nesta terça-feira a zona do euro por não ter "um plano de ação coerente" e adverte que poderá ter um "desenlace totalmente imprevisível", dadas as fragilidades do setor bancário.

Além do caso da Grécia, os mercados estão à espera de uma governança econômica mais eficaz da Europa, diz Jean-François Robin, o que é, na sua opinião, a única forma de garantir a sobrevivência da zona do euro.

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Paris - Os mercados financeiros, presos na tempestade da crise da dívida na Zona do Euro, esperam que os líderes europeus adotem, na próxima quinta-feira, na cúpula de Bruxelas, ao menos um plano de ajuda duradouro para a Grécia e avanços para um maior federalismo na Europa.

A ideia de uma reunião extraordinária de líderes europeus surgiu na semana passada, antes de decidir finalmente pela data de 21 de julho.

Isso porque, como destacam a maioria dos analistas consultados, "a casa está pegando fogo".

Os mercados estão convencidos de que a Grécia não poderá honrar seus compromissos e o pior, que o problema se propague como fio de pólvora para a Espanha e Itália, o que sem dúvida abalaria a Zona do Euro.

Para Bruno Cavalier, economista-chefe de Oddo Securities, "o risco de contágio a países que são 'muito grandes para ser salvos' obrigam os líderes europeus a ter resultados". Mas quais?

Jean-Louis Mourier, economista de mercado da corretora Aurel BGC, considera que é difícil saber o que na verdade querem os mercados e que é necessário "distinguir entre o que podem esperar e o que está sobre a mesa".

Foram levantadas várias opções, como a recompra da dívida grega, uma taxa aos bancos ou o reescalonamento, enquanto no centro do debate continua o tema do "default" ou calote da dívida.

"Os mercados não esperam uma solução milagre", afirma Mourier.


Uma opinião que coincide com a da chanceler alemã, Angela Merkel, que advertiu na terça-feira que não há de esperar uma "decisão espetacular" na quinta-feira em Bruxelas.

É certo, mas os mercados esperam que no mínimo a Grécia seja salva, com um segundo plano de ajuda depois do entregue há pouco mais de um ano, diz Mourier.

"O mínimo necessário se quiserem acalmar o mercado é a recompra da dívida", seja pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Fesf), ou dando os meios à Grécia, afirma por sua vez Jean-François Robin, estrategista de mercado de títulos públicos da Natixis.

Resta saber o nível de envolvimento do setor privado e sobretudo dos bancos, uma incerteza que derrubou as ações nestes últimos dias.

Os bancos alemães e franceses criticaram a possibilidade de que lhes seja imposta uma taxa para salvar a Grécia.

Em todos os casos, os analistas do Société Générale Cross Asset Research temem que "os numerosos investidores que esperam medidas rápidas possam ficar decepcionados".

Segundo eles, os líderes europeus poderão reunir-se novamente em setembro para definir os detalhes do plano, sobretudo, no que diz respeito à intervenção do Fesf, cuja aplicação provavelmente levará vários meses.

Até o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou nesta terça-feira a zona do euro por não ter "um plano de ação coerente" e adverte que poderá ter um "desenlace totalmente imprevisível", dadas as fragilidades do setor bancário.

Além do caso da Grécia, os mercados estão à espera de uma governança econômica mais eficaz da Europa, diz Jean-François Robin, o que é, na sua opinião, a única forma de garantir a sobrevivência da zona do euro.

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