Mercado questiona detalhes de fusão com PDG e ações da Agre caem
Com a análise de que a PDG foi a maior beneficiada da operação, papéis da empresa sobem 3%
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2010 às 14h33.
São Paulo - As ações da PDG Realty (PDGR3) sobem quase 3% no pregão desta terça-feira (4) na BM&FBovespa, negociadas a 17 reais. Os papéis reagem ao anúncio de associação da companhia com a Agre, operação estimada em 2,43 bilhões de reais e que criou a maior empresa do setor imobiliário do país.
"A aquisição foi feita com termos mais favoráveis à PDG", sugere o analista do banco Barclays, Guilherme Vilazante, em nota. O acordo se deu por uma troca de papéis. Cada acionista da PDG irá receber 1 ação da Agre em troca de 0,495 ação da PDG, que irá emitir 148,5 milhões novos papéis para pagar a operação (Confira comunicado abaixo).
As ações da Agre ( AGEI3 ) operam em baixa de 1,2%, vendidas a 8,05 reais. "Movimentos como este são naturais em um setor que está em fase de consolidação no Brasil", explica Osmar Cesar Camilo, analista da corretora Socopa, em relatório. A Agre nasceu da consolidação, em setembro passado, da Abyara, Klabin Segall e Agra.
Segundo o analista da Itaú Corretora, David Lawant, a PDG irá ganhar com a diversificação em segmentos de renda e geograficamente, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Para os acionistas da Agre, "a marca da PDG vai melhorar a gestão financeira e eliminar incertezas quanto às relações entre os acionistas controladores", aponta Lawant, em nota.
Apesar de a notícia ser vista como positiva ao setor e para ambas as empresas, Vilazante, do Barclays, afirma que o negócio pode não ter sido tão bom para a Agre. Segundo ele, os diretores da Agre sinalizaram diversas vezes que o preço atual de mercado não era referência e que era preferível adiar o crescimento do que carregar o ônus de um aumento de capital com os preços atuais.
"Por isso, apesar de parte do potencial de valorização que poder ser conquistado sob o guarda-chuva da PDG, a troca das ações da Agre aos preços de mercado dificilmente pode resultar em uma leitura positiva para os acionistas da Agre", destaca Vilazante. O analista elevou o preço-alvo das ações da PDG de 19 reais para 22 reais.