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Mercado vê semana decisiva para solução da crise da dívida europeia

Investidores irão questionar a efetividade das propostas apresentadas pela União Europeia ao G-20 durante a última reunião encerrada neste sábado

"Ouvimos nossos colegas europeus em Paris dizer coisas encorajadoras sobre um novo plano", disse o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner (Fred Dufour/AFP)

"Ouvimos nossos colegas europeus em Paris dizer coisas encorajadoras sobre um novo plano", disse o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner (Fred Dufour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2011 às 17h35.

São Paulo – O mercado inicia a semana embalado por um período de otimismo criado pelo anúncio de soluções mais duras para combater a crise da dívida soberana dos países da zona do euro, como o plano de recapitalização dos bancos. Mas o bom humor dos investidores será colocado em xeque nos próximos dias, que trazem indicadores e resultados de grandes empresas no terceiro trimestre.

O plano anticrise da União Europeia (UE) foi apresentado durante a reunião realizada pelo G20 nesta sexta-feira e sábado em Paris. "Ouvimos nossos colegas europeus em Paris dizer coisas encorajadoras sobre um novo plano global para enfrentar a crise no continente", disse o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.

Os próximos passos para encontrar uma solução para a crise financeira devem ser debatidos no dia 23 de outubro, quando a Cúpula da UE irá se reunir para debater, principalmente, como funcionará o plano de recapitalização dos bancos. As decisões tomadas ali podem aliviar ou piorar a situação dos mercados, uma vez que o anúncio aumentou a confiança dos investidores.

"Os resultados da cúpula de 23 de outubro serão decisivos", afirmou o ministro francês das Finanças, François Baroin, após o final do encontro do G-20 neste sábado. Os detalhes do plano precisam convencer e fazer jus ao rali dos mercados na última semana, amplamente amparado no anúncio da ajuda às instituições financeiras da região.

Na última semana, o Ibovespa alcançou uma valorização acumulada de 7,39%. Foi a melhor semana para a bolsa desde maio de 2009. Em Nova York, o índice Dow Jones registrou uma alta de 4,88%. Na Europa, o índice FTSEurofirst, que reúne as principais ações da região, subiu pela terceira semana seguida. O dólar terminou a semana com baixa de 1,9%, o que mostra o retorno dos investidores estrangeiros ao Brasil.


Entre as principais empresas que irão publicar os números dos três meses encerrados em setembro estão a Apple, Microsoft, Intel, IBM, Bank of América, Citigroup, Wells Fargo, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Coca-Cola e McDonald’s.

Agenda no mundo

Nos EUA, a agenda da semana traz o indicador de atividade industrial na segunda-feira. Além disso, destaque para o discurso do presidente do Banco Central americano Ben Bernanke, na terça-feira. Depois, na quarta-feira, é a vez do Livro Bege do Federal Reserve, um relatório que engloba a situação econômica em todas sedes regionais do BC americano. Na sexta-feira, o mercado olha para o Leading Indicators, indicador que compreende 10 índices já divulgados no país.

Na China, o mercado deve acompanhar a publicação do PIB do país no terceiro trimestre do ano. “A despeito das recorrentes ‘decepções’ com alguns indicadores nos últimos meses, o mercado espera que o PIB tenha crescido 9,3% no trimestre, o que, se confirmado, manterá o crescimento médio anual ao redor de 9,5%”, ressalta Mauro Schneider, economista do banco Banif.

Por aqui, além do foco tradicional e cada vez mais analítico sobre os índices de preços – IGP-10 na terça-feira e IPCA-15 na quinta-feira – os olhos estarão voltados para a reunião do Comitê de Política Monetária na quarta-feira. “O principal destaque da semana será a decisão do Copom sobre a nova taxa básica de juros”, destaca o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em relatório. A expectativa dele é de que a Selic caia 50 pontos-base, o mesmo corte realizado na reunião anterior, para 11,50% ao ano.

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