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Mercado acompanha ata do Fed em busca de novos sinais sobre juros

Mercados tiveram dia de perdas com discurso de Lael Brainard sinalizando redução do balanço do BC americano em ritmo acelerado já na reunião de maio

Lael Brainard, governadora (integrante) do Fed, o banco central americano (Bloomberg/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2022 às 06h30.

Afinal, quais os próximos passos do Federal Reserve (o Fed ) no processo de aperto da política monetária?

Novas informações sobre a visão dos integrantes do FOMC, o Federal Open Market Committee, serão divulgadas e acompanhadas atentamente por investidores e estrategistas nesta quarta-feira, dia 6 de abril, à tarde, com a divulgação às 15h (de Brasília) da última reunião do banco central americano.

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A divulgação ganhou ainda mais atenção -- como se isso fosse possível -- depois das declarações da integrante do board of governors do Federal Reserve, Lael Brainard, na véspera sobre o que o banco deveria levar em conta.

"É de importância primordial trazer a inflação para baixo", disse Brainard em discurso que derrubou os preços de ações e outros ativos em mercados financeiros ao redor do mundo nesta terça, dia 5.

Ela ressaltou a importância de apertar a política monetária rapidamente e disse que o banco central vai começar a reduzir o tamanho do seu balanço de ativos "em ritmo acelerado tão cedo quando possível no encontro de maio."

A ata da última reunião, portanto, pode revelar o quão disseminada está essa visão hawkish (rigorosa) dentro do Fed.

"O documento deve trazer mais detalhes de como deve ser efetuada a redução do balanço e deve moldar as visões dos agentes de mercado sobre o movimento da próxima reunião", apontaram economistas da equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual (BPAC11),liderados por Álvaro Frasson,no relatório Spoiler Macro do início desta semana.

A próxima reunião será daqui a um mês, nos dias 3 e 4 de maio. O mercado americano está dividido sobre o próximo passo na elevação da taxa de juros: um aumento de 0,25 ou de 0,50 pontos base.

Quer saber o que esperar dos próximos passos do Fed e do Banco Central do Brasil? Leia o relatório Spoiler Macro

A taxa foi elevada do intervalo de zero a 0,25% para 0,25% a 0,50% na reunião dos dias 15 e 16 de março, no primeiro aumento em mais de dois anos diante da inflação que atingiu 7,9% em 12 meses em fevereiro.

Tão ou mais importante, o mercado tenta antecipar como e quando se dará o processo de redução do balanço de US$ 8 trilhões em títulos do Tesouro americano e outros ativos em poder do Fed, algo que, uma vez colocado em prática, reduzirá de maneira significativa a liquidez do mercado de capitais.

"A divulgação da ata pode colocar novas pressões altistas sobre a curva de juros americana, com destaque para os vencimentos mais curtos, além de fortalecer o DXY [ índice do dólar versus uma cesta de moedas estrangeiras ]", afirmaram os economistas no relatório.

Eles apontaram que, "no último sábado, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que uma 'sequência de etapas' pode levar as taxas de juros do país de volta a níveis normais. Enquanto a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, sinalizou que, dada a inflação crescente e o mercado de trabalho se apresentando bastante forte, o argumento de elevar a taxa em 50 bps [pontos base] na reunião de maio está ganhando força".

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