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Mantega pode gerar antecipação de dólar com ameaça, diz Blanche

Sócio da Tendências Consultoria acredita que entradas de recursos podem ser antecipadas

Mantega: governo pode apelar aos mercados de derivativos e futuros para conter dólar (Wilson Dias/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2011 às 12h50.

São Paulo - A ameaça de novas medidas para combater a apreciação do real pode ter um efeito de curto prazo oposto ao desejado pelo governo, gerando antecipação de entradas de recursos, disse Nathan Blanche, especialista em câmbio e sócio da Tendências Consultoria Integrada.

“O mercado sempre se antecipa”, disse Blanche hoje em uma entrevista por telefone em São Paulo.

O dólar subia 0,7 por cento às 11h43, cotado a R$ 1,5644, após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer em Londres hoje que o governo pode tomar medidas nos mercados de derivativos e futuros para controlar a apreciação do real. Ontem, a moeda americana fechou com a sexta baixa seguida, a R$ 1,5534, o menor nível em 12 anos.

Segundo Blanche, parte do aumento do fluxo de entradas de dólar no começo deste ano deveu-se às declarações dadas pelo governo na época sugerindo que novas medidas seriam adotadas. “Isso provocou uma apreciação acelerada do real”.

De acordo com o consultor, mesmo com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras as entradas de capital continuaram este ano com empresas antecipando ingresso de investimentos diretos e contratos de exportação diante da incerteza sobre quais investimentos seriam adotados.

“Inexiste meio de enfraquecer uma moeda quando a economia é forte”, disse ele.

O fluxo cambial foi positivo em US$ 40 bilhões no acumulado deste ano até 24 de junho, disse o Banco Central no dia 29. Os investimentos estrangeiros diretos nos 12 meses encerrados em maio atingiram US$ 64 bilhões.

‘Exportando mercado’

O governo deve evitar a adoção de medidas de controle de capital ou que prejudiquem o funcionamento do mercado de derivativos no País, que são importantes para o hedge das empresas e investidores, disse Blanche.

Eventuais medidas não teriam o efeito desejado de coibir a aposta na alta do real porque os investidores poderiam migrar suas operações para o mercado de Nova York, sem pagar impostos, disse o consultor.

“Você estaria exportando mercado de capitais”, disse.

Para Blanche, o mercado de derivativos no Brasil ainda é pequeno se comparado às necessidades de hedge das empresas, como as exportadoras e importadoras. “Só o nosso comércio exterior movimenta cerca de US$ 450 bilhões por ano.”

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São Paulo - A ameaça de novas medidas para combater a apreciação do real pode ter um efeito de curto prazo oposto ao desejado pelo governo, gerando antecipação de entradas de recursos, disse Nathan Blanche, especialista em câmbio e sócio da Tendências Consultoria Integrada.

“O mercado sempre se antecipa”, disse Blanche hoje em uma entrevista por telefone em São Paulo.

O dólar subia 0,7 por cento às 11h43, cotado a R$ 1,5644, após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer em Londres hoje que o governo pode tomar medidas nos mercados de derivativos e futuros para controlar a apreciação do real. Ontem, a moeda americana fechou com a sexta baixa seguida, a R$ 1,5534, o menor nível em 12 anos.

Segundo Blanche, parte do aumento do fluxo de entradas de dólar no começo deste ano deveu-se às declarações dadas pelo governo na época sugerindo que novas medidas seriam adotadas. “Isso provocou uma apreciação acelerada do real”.

De acordo com o consultor, mesmo com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras as entradas de capital continuaram este ano com empresas antecipando ingresso de investimentos diretos e contratos de exportação diante da incerteza sobre quais investimentos seriam adotados.

“Inexiste meio de enfraquecer uma moeda quando a economia é forte”, disse ele.

O fluxo cambial foi positivo em US$ 40 bilhões no acumulado deste ano até 24 de junho, disse o Banco Central no dia 29. Os investimentos estrangeiros diretos nos 12 meses encerrados em maio atingiram US$ 64 bilhões.

‘Exportando mercado’

O governo deve evitar a adoção de medidas de controle de capital ou que prejudiquem o funcionamento do mercado de derivativos no País, que são importantes para o hedge das empresas e investidores, disse Blanche.

Eventuais medidas não teriam o efeito desejado de coibir a aposta na alta do real porque os investidores poderiam migrar suas operações para o mercado de Nova York, sem pagar impostos, disse o consultor.

“Você estaria exportando mercado de capitais”, disse.

Para Blanche, o mercado de derivativos no Brasil ainda é pequeno se comparado às necessidades de hedge das empresas, como as exportadoras e importadoras. “Só o nosso comércio exterior movimenta cerca de US$ 450 bilhões por ano.”

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