Klabin (KLBN11): investimento de R$ 1,57 bi em nova fábrica derruba ações em até 6%
Os papéis da Klabin abriram o pregão em queda após o anuncio do investimento em uma nova fábrica de papel ondulado
Roberto Bodetti
Publicado em 21 de julho de 2022 às 12h26.
Última atualização em 21 de julho de 2022 às 12h30.
As ações da Klabin (KLBN11) estão sofrendo nesta quinta-feira, 21, chegando a cair até 6% ao longo do pregão.
Os papéis da Klabin abriram o pregão em queda após o anuncio de um investimento de R$ 1,57 bilhão, incluindo cerca de 200 milhões de impostos recuperáveis, em uma nova fábrica de papel ondulado.
O investimento da gigante da celulose, chamado de Projeto Figueira, é uma nova planta de papel ondulado na cidade de Piracicaba no interior de São Paulo.
Segundo o fato relevante divulgado pela Klabin, o montante investido será desembolsado nos anos de 2022 e 2024 e sairá do caixa da empresa.
O início das operações da nova unidade está previsto para o segundo trimestre de 2024, e tem como objetivo aumentar exponencialmente a produção de papel ondulado da Klabin.
A produção estimada da nova unidade é de 240 mil toneladas de papelão ondulado, que, serão somadas futuramente à produção da unidade Projeto Horizonte.
O resultado esperado pela Klabin é de uma capacidade nominal de conversão de papelão ondulado de 1,3 milhão de toneladas por ano.
Por fim, a companhia ressalta que o Projeto Figueira está alinhado com os seus valores planos de crescimento.
A Klabin é líder no segmento de produção de papel ondulado, com 24% do mercado.
Mercado não gostou do investimento da Klabin (KLBN11)
O mercado não gostou do anúncio da Klabin, considerando o investimento alto demais.
Segundo os analistas do Itaú BBA (ITUB4), "o projeto não parece ser um acréscimo do ponto de vista financeiro".
"Do lado positivo, reconhecemos a maior resiliência dos lucros após a integração do kraftliner em caixas de papelão ondulado", salientaram os analistas do banco, explicando como não acreditam "que este projeto seja agregador para a Klabin, com um capex/tonelada de R$ 6.500 que parece superior às operações de M&A do setor no Brasil".
Para o Itaú BBA, em suma, o custo de capital que a Klabin deverá investir por cada tonelada de celulose produzida é alto demais.
Os analista do Morgan Stanley também concordaram com o fato que o projeto é muito caro, por causa da intensidade de investimento prevista.
“O acordo de IP provavelmente foi uma oportunidade única com termos muito atraentes, mas o novo projeto parece ainda mais caro, em R$ 15.700/t, se considerarmos apenas a capacidade incremental líquida de 100kt”, escreveram os analistas do Morgan Stanley.
Além dos analistas do mercado, alguns conselheiros da Klabin votaram contra a aprovação do projeto ou deixaram registrado seu comentário sobre a discussão, entre eles:
- Isabella Saboya votou a favor mas salientou como permanecem dúvidas sobre o projeto, dando à gerência “o benefício da dúvida”;
- Camilo Marcantonio, votou contra, manifestando preocupação com o Projeto Figueira, por causa do VPL negativo em 20 anos e retorno escasso, mesmo considerando sua perenidade;
- Mauro Rodrigues da Cunha votou contra, opinando que o projeto não era o melhor uso de capital da Klabin no momento;