Dólar passa a cair após BC dos EUA aliviar investidores
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os juros americanos não subirão de maneira drástica
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2018 às 13h08.
Última atualização em 17 de julho de 2018 às 15h36.
São Paulo - O dólar anulou a alta vista mais cedo e recuava ante o real nesta terça-feira após os investidores respirarem aliviados com as indicações de que os juros nos Estados Unidos não vão subir mais rápido do que o esperado neste ano e, assim, afetar mais o fluxo global de capital.
A cena política eleitoral no Brasil também continuava no radar dos investidores, num momento importante para a consolidação de eventuais chapas.
Às 12:02, o dólar recuava 0,08 por cento, a 3,8620 reais na venda, depois de fechar a véspera com leve alta de 0,37 por cento. O dólar futuro era negociado com baixa de cerca de 0,10 por cento no final da tarde.
"A confirmação de aumento gradual de juros (nos EUA) ajuda", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior. "Isso significa menos medo do Fed", acrescentou, referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano.
Nesta manhã, o chair do Fed, Jerome Powell afirmou em depoimento no Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos que o caminho para continuar com aumentos graduais nas taxas de juros era o melhor. E acrescentou que o país está à beira de "vários anos" numa posição em que o mercado de trabalho continua forte e a inflação ao redor da meta de 2 por cento do Fed.
O Fed já elevou os juros duas vezes neste ano e indicou que fará novamente mais duas altas até o fim de 2018, mas os mercados globais temem alguma surpresa, sobretudo após a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros, em especial a China.
Juros elevados têm potencial de atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Internamente, os investidores ficavam cada vez mais cautelosos com a eleição presidencial de outubro, na reta final para os partidos confirmarem suas pré-candidaturas e eventuais coligações.
O foco principal continua sendo para quem as legendas que compõem o chamado "centrão" vão anunciar seu apoio. O mercado teme que um candidato que considere menos comprometido com ajustes fiscais possa ganhar tração.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar es, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólar es.
Com isso, rolou o equivalente a 7,7 bilhões de dólar es do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio neste pregão.