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Juros menores no horizonte levam Bolsas globais ao melhor desempenho desde 2019

A demanda por serviços e soluções de tecnologia criada pelo avanço da inteligência artificial também incentivou apetite dos investidores de todo o mundo

Bull market: S&P 500 saltou 25% e a Nasdaq, com vários papéis de tecnologia, se valorizou 45% (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 30 de dezembro de 2023 às 20h39.

Os mercados globais de ações estouraram champanhe e registraram o ano mais forte de valorização desde 2019, ano pré-pandemia. A esticada veio especialmente no fim do ano. Nos últimos dois meses, a visão de que os grandes bancos centrais chegaram ao fim do ciclo de aumento das taxas de juro e a perspectiva de que irão reduzi-las rapidamente no próximo ano alimentaram o otimismo dos investidores.

O índice MSCI World, um indicador amplo das ações dos mercados desenvolvidos globais, subiu 16% desde o final de outubro. No total do ano, a alta foi de 22%, o maior resultado em quatro anos.

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Grande parte desse avanço foi impulsionado pelas bolsas dos Estados Unidos. O S&P 500 avançou 25% no ano, se aproximando de seu recorde.

O índice composto Nasdaq subiu 45%, puxado pela valorização das ações de grandes empresas de tecnologia. Um exemplo é a fabricante de chips Nvidia, cujas ações dispararam 240% com a inteligência artificial entrando no centro das atenções e impulsionando a demanda por seus semicondutores de alta qualidade.

“Eu prevejo que parte da turbulência em torno dos cortes nas taxas começará a desaparecer no novo ano”, diz Greg Peters, codiretor de investimentos da PGIM Fixed Income, em entrevista ao Financial Times.

O bom desempenho dos mercados americanos também se refletiu na maioria dos índices europeus. O índice DAX, da Alemanha, teve um crescimento de 20%, enquanto o CAC da França ganhou 16,75% e o FTSE MIB da Itália disparou quase 30%, mostrando uma recuperação das perdas em 2022. O Stoxx 600 pan-europeu, que acompanha as maiores empresas nos mercados europeus, ganhou mais de 12%.

Em ritmo mais lento, o FTSE100, principal índice da Bolsa de Londres, teve o desempenho mais decepcionante. Atingiu 7.733 pontos na sexta-feira, 29, o último dia de negociação do ano. Uma recuperação tardia o levou para seu nível de fechamento mais alto desde o final de maio, mas a alta no ano foi de apenas 4%, muito pouco perto do restante.

A falta de ações de tecnologia no índice e a grande exposição a setores de mineração e energia pesaram, refletindo a desaceleração da economia chinesa e o preço do petróleo.

E no Brasil?

O ano de 2023 foi de recordes para o Ibovespa e também o melhor ano desde 2019. O principal índice acionário da B3 subiu 21,7% no acumulado do ano e fechou aos 134.185 pontos no último pregão do ano – muito próximo da nova máxima histórica de 134.194 pontos, conquistada na véspera.  Essa não era a realidade até meses atrás. A virada veio mesmo em dezembro, com perspectivas melhores do mercado interno e de fora.

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