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Juros longos caem com exterior ruim e inflação menor

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013, com 655.330 contratos, estava em 7,10%

Sede da Bovespa, em São Paulo: a taxa do contrato de juro para janeiro de 2014 marcava 7,39%, ante 7,40% ontem (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 17h41.

São Paulo - A piora dos mercados internacionais fez que as taxas de juros futuras de longo prazo tivessem mais um dia de queda nesta terça-feira. O pessimismo permeou os investidores desde a abertura dos negócios, uma vez que a Moody's anunciou o corte da nota de crédito de cinco regiões da Espanha na segunda-feira após o fechamento dos mercados.

Além disso, nesta terça-feira o Banco Central do país ibérico revisou para baixo suas perspectivas em relação ao comportamento da economia espanhola no terceiro trimestre. No âmbito doméstico, um dado de inflação ao consumidor mostrou desaceleração e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a dizer que a meta para os preços será cumprida e que os ciclos monetários não foram abolidos no Brasil. Quase no fim dos negócios, o movimento de queda perdeu um pouco de força, mas não foi abandonado.

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Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013, com 655.330 contratos, estava em 7,10%, de 7,09% no ajuste. A taxa do contrato de juro para janeiro de 2014 (268.350 contratos) marcava 7,39%, ante 7,40% ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (117.465 contratos) indicava 8,62%, de 8,64% na véspera. O DI janeiro de 2021, com giro de 7.715 contratos, apontava 9,30%, ante 9,33% no ajuste.


Nesta terça-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou para 0,57% na terceira quadrissemana de outubro, ante alta de 0,62% na leitura anterior, do dia 15. A taxa do indicador de difusão do IPC-S, porém, ficou inalterada na terceira quadrissemana de outubro, em 68,53%. Outro dado doméstico indicou que a produção industrial caiu de 54,7 pontos em agosto para 47,1 pontos em setembro, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mas a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve estável em 74% na passagem de agosto para setembro.

Durante evento em São Paulo, o presidente do BC voltou a dizer que a recuperação da economia doméstica está em curso, mas salientou que a retomada da economia mundial ainda é muito lenta e é uma das que mais demoram desde o surgimento da Grande Depressão de 1929. Tombini também afirmou que é preciso preservar o benefício de "termos ancorado as expectativas de inflação" e que a política monetária continuará tendo como foco a estabilidade dos preços. "Por isso temos repetido que os ciclos monetários não foram abolidos no Brasil", destacou.

No exterior, além dos resultados corporativos acompanhados, constantemente, de revisões para baixo das projeções para o ano, os temores em relação à Europa seguem no radar. O Banco Central da Espanha avaliou que a recessão se aprofundou no terceiro trimestre e que o PIB deve ter encolhido 1,7% ante o mesmo período de 2011, na comparação com o recuo de 1,3% do segundo trimestre. O BC também afirmou que "não pode ser descartada" a possibilidade de o governo não atingir a meta de déficit orçamentário deste ano, que é de 6,3% do PIB, em boa parte por causa da queda da arrecadação.

Na segunda-feira a agência Moody's rebaixou a nota de crédito da Catalunha em dois níveis, para Ba3, e de outras quatro regiões em um nível. Entre as razões explicitadas pela agência de classificação de risco estão: a deterioração da situação de liquidez das regiões, o que ficou evidente pelos baixos níveis de suas reservas em dinheiro, e a dependência das regiões de linhas de crédito de curto prazo. Também não foi bem recebido o dado sobre o índice de sentimento das empresas da França, que caiu de 90 em setembro para 85 em outubro, o nível mais baixo em três anos.

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