Expectativas: a mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,43 para R$ 3,48, ante os R$ 3,35 verificados há um mês (Divulgação/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de maio de 2018 às 10h30.
Última atualização em 28 de maio de 2018 às 10h31.
São Paulo - O dólar volta a ultrapassar os R$ 3,70, em alta pela terceira sessão seguida em meio à apreensão com a continuidade da greve de caminhoneiros pelo oitavo dia consecutivo, e anula o efeito de baixa sobre os juros futuros na abertura da sessão dos leilões extraordinários de títulos do Tesouro. Além disso, há cautela diante da ameaça de greve da Federação Única dos Petroleiros, por 72 horas, a partir da meia-noite de Quarta-feira (30). Envolvido na greve dos caminhoneiros, o governo quer deixar essa discussão para um segundo momento.
Mais cedo, as taxas futuras renovavam máximas em toda a curva, por causa da continuidade da greve, dos sinais de piora fiscal e do dólar em alta. As medidas até agora anunciadas pelo governo devem ter impacto fiscal de R$ 9,5 bilhões. No Domingo (27) à noite, o presidente Michel Temer anunciou em cadeia nacional as medidas, em meio a panelaços em todo o País.
As medidas anunciadas são redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel, que corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide, somados; garantia de congelamento do preço do diesel por 60 dias. Depois disso, o reajuste será mensal, de 30 em 30 dias; edição de Medida Provisória para isenção de eixo suspenso em praças de pedágios, tanto em rodovias federais, como nacionais; estabelecimento de uma tabela mínima de frete, conforme previsto no PL 121, em análise no Congresso; garantia de que não haverá reoneração de folha de pagamento no setor de transporte de carga; reserva de 30% do transporte da carga da Conab para motoristas autônomos.
Uma nova reunião de avaliação da situação de restabelecimento da normalidade em todo o País, após publicação das Medidas Provisórias no Diário Oficial extra na noite de ontem, atendendo também às reivindicações dos caminhoneiros autônomos, será realizada no Palácio do Planalto, a partir das 10h desta segunda-feira, 28.
Na semana passada, a curva de juros passou a embutir prêmio maior na parte longa em meio à crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros. Por isso, na sexta-feira, o Tesouro Nacional anunciou leilões extras para hoje, amanhã e quarta-feira.
A operação envolverá papéis com vencimento em 01/01/2025, 01/01/2027 e 01/01/2029 em cada um desses dias sempre às 11h. Ao mesmo tempo, a instituição cancelou os leilões de venda de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), programado para terça-feira, e de venda de NTN-F e Letras do Tesouro Nacional (LTN), na quarta-feira.
Às 9h44 desta segunda, o DI para janeiro de 2019 estava 6,73%, de 6,675% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2020 marcava 7,67%, de 7,59% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 exibia 8,79%, de 8,76%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 estava em 10,35%, de 10,29% no ajuste de sexta-feira, No câmbio, o dólar á vista subia a R$ 3,7040 (+1,10%) neste mesmo horário. O dólar futuro de junho avançava a R$ 3,7040 (+1,44%).
Mais cedo, a pesquisa Focus, divulgada pelo banco Central, mostrou que os economistas elevaram a mediana para o IPCA deste ano de 3,50% para 3,60%. Há um mês, estava em 3,49%. Já a projeção para o índice em 2019 passou de 4,01% para 4,00%. Quatro semanas atrás, estava em 4,03%.
A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,43 para R$ 3,48, ante os R$ 3,35 verificados há um mês. Já o câmbio médio no ano passou de R$ 3,45 para R$ 3,46, ante R$ 3,34 de um mês atrás.
Para 2019, a projeção para o câmbio no fim do ano foi de R$ 3,45 para R$ 3,47, ante R$ 3,40 de quatro pesquisas atrás. Já a expectativa para o câmbio médio no próximo ano seguiu em R$ 3,40, ante R$ 3,37 de um mês atrás.
Já a mediana das previsões para a Selic este ano passou de 6,25% ao ano para 6,50% ao ano. Há um mês, estava em 6,25%. Mas a projeção para a Selic em 2019 permaneceu em 8,00% ao ano, igual ao verificado há quatro semanas.
Ainda nesta segunda, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), convocou sessão do plenário, às 16h, para votar requerimento de urgência do projeto de lei 121/2017, que estabelece uma política de preços mínimos para os fretes rodoviários.
Mais cedo foi divulgado que o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, teve alta marginal de 0,01% na terceira quadrissemana de maio, revertendo a ligeira queda de 0,01% observada na segunda quadrissemana deste mês.
A confiança da indústria medida pela FGV subiu 0,1 ponto em maio de 2018, para 101,1 pontos. Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 2,4 pontos na passagem de abril para maio, descendo para 88,8 pontos, na série com ajuste sazonal. Foi a terceira queda consecutiva, o que devolveu o índice ao patamar de novembro do ano passado.