Às 10h10, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,10% (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - Os juros futuros iniciaram a terça-feira em leve alta, respondendo ao resultado das vendas do comércio varejista em novembro, anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No conceito restrito e no conceito ampliado, os números vieram acima das medianas e dentro do intervalo de estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções.
As vendas no comércio varejista restrito subiram 0,3% em novembro ante outubro e 8,4% ante novembro de 2011, acima das medianas projetadas (+0,20% em novembro ante outubro e +8,0% em novembro ante novembro de 2011). No conceito ampliado, as vendas caíram 1,20% na margem, menos que a mediana projetada, de -1,76%, e subiram 7,20% na comparação interanual, mais que a mediana esperada, de +6,10%.
Às 10h10, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,10%, nivelado ao ajuste desta segunda-feira (14); o DI com vencimento em janeiro de 2015 tinha taxa de 7,69%, estável; e o DI com vencimento em janeiro de 2016 marcava 8,19%, de 8,18% no ajuste anterior.
Entre os vencimentos mais longos, o contrato para janeiro de 2017 projetava 8,47%, estável.
"Os dados de vendas a varejo divulgados nesta manhã dão força aos rendimentos da curva de juros", diz a equipe da Lerosa Investimentos, em relatório a clientes.
O mercado futuro de juros também repercute nesta terça a informação de que a gasolina ficará mais cara nos postos pela primeira vez em 10 anos. O governo deve reajustar em 7% o preço da gasolina e o óleo diesel também vai subir, mas menos entre 4% a 5%. A expectativa é que o anúncio seja feito na semana que vem, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, retorna das férias.
A equipe econômica estuda algumas medidas que poderão ser adotadas nos próximos meses para atenuar o impacto disso para o consumidor e evitar uma piora nos índices de inflação. Uma delas é o aumento da mistura de álcool anidro (etanol) na gasolina, conforme apurou o Grupo Estado.
O economista-chefe da Planner Corretora, Eduardo Velho, afirma que diante do reajuste da gasolina, "o mercado pode querer puxar as taxas futuras para cima". Mas, continua, "pode interpretar que o governo usará alguma compensação, que pode ser fiscal, para neutralizar o impacto do aumento nos índices de inflação".
De qualquer forma, os movimentos devem ser marginais ao longo do dia, antes da primeira decisão do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a Selic. A decisão sai nesta quarta-feira (16). As apostas majoritárias são de manutenção da taxa em 7,25% ao ano e as atenções se concentram no comunicado após a decisão e na ata a ser divulgada na próxima semana.
No exterior, a cautela predomina diante das declarações de autoridades dos Estados Unidos sobre a questão da dívida pública do país. Nesta segunda, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, alertou que a capacidade de financiamento dos EUA se esgotará em meados de fevereiro ou no início de março. O presidente norte-americano, Barack Obama, por sua vez, defendeu ações do Congresso para elevar o teto do endividamento do país.