Mercados

Juros fecham estáveis em dia de baixa liquidez

Ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2013 projetava taxa de 7,116%, de 7,12% no ajuste

Interior da bolsa brasileira de valores, a Bovespa (Nacho Doce/Reuters)

Interior da bolsa brasileira de valores, a Bovespa (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 18h57.

Em um dia de liquidez reduzida devido ao feriado do Dia do Veterano nos EUA, que interrompeu o funcionamento do mercado de bônus no país, dois dados acabaram se anulando e resultaram em certa estabilidade das taxas futuras de juros. Segundo o Boletim Focus do Banco Central, as instituições financeiras passaram a projetar estabilidade da Selic em 7,25% ao longo de todo o ano de 2013, o que deveria puxar os juros um pouco para baixo. Por outro lado, o forte crescimento das vendas de papelão ondulado em outubro sinalizam uma retomada gradual da atividade, o que poderia pressionar as taxas. No exterior, as discussões sobre a Grécia dominou as atenções, mas não teve grande efeito sobre o mercado de juros.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2013 (3.370 contratos) projetava taxa de 7,116%, de 7,12% no ajuste. O DI para janeiro de 2014 (35.395 contratos) marcava máxima de 7,36%, de 7,35% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2015 estava em 7,93%, de 7,89% no ajuste. Na parte longa da curva, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (37.835 contratos) indicava 8,67%, de 8,66%, e o DI para janeiro de 2021 (1.005 contratos) projetava máxima de 9,31%, de 9,30% no ajuste.

Logo cedo o BC informou que os agentes consultados para a elaboração da Focus reviram em baixa suas projeções para a Selic em 2013, de 7,63% para 7,25% ao ano. Essa foi a mudança mais relevante, uma vez que as perspectivas para o IPCA em 2012 subiram pouco, de 5,44% para 5,46%, e ficaram inalteradas em 5,40% para 2013.


E no âmbito da inflação corrente, o Índice de Preços aos Consumidor (IPC), que mede a evolução dos preços na cidade de São Paulo, desacelerou a alta de 0,80% no fechamento de outubro para 0,75% na primeira quadrissemana de novembro, em linha com a mediana das estimativas coletadas pelo AE Projeções.

Por outro lado, um importante indicador antecedente mostrou que a atividade pode ter voltado a se recuperar em outubro. Segundo dados preliminares da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), as vendas do insumo no mês passado cresceram 8,06% em relação a outubro do ano passado e de 8,37% ante setembro deste ano. Na semana passada, o índice ABCR mostrou que a circulação de veículos pesados pelas estradas pedagiadas cresceu 1,4% na comparação de outubro com setembro.

Também nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a decisão de tomar medidas anticíclicas não compromete a política fiscal do governo. "Não significa abandonar a solidez fiscal. (Ela) está mantida", disse, durante entrega do Prêmio Naval de Qualidade e Sustentabilidade 2012, organizado pelo Sindicato da Indústria Naval (Sinaval). O ministro destacou que o governo prevê crescimento do PIB acima de 4% no ano que vem.

No exterior, devido ao feriado nos EUA, as atenções voltaram-se para a Europa. O Parlamento da Grécia aprovou nesta segunda-feira o orçamento para 2013, medida necessária para desbloquear a liberação da próxima tranche do segundo pacote de resgate destinado ao país. Mas diversos ministros de Finanças da zona do euro, reunidos no chamado Eurogrupo, afirmaram que uma decisão não deve ser atingida hoje e que provavelmente será preciso realizar outra reunião esta semana.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Conglomerado de Buffet desfaz quase metade de sua participação na Apple

Nasdaq cai 2,4% puxado por Intel e Amazon e aprofunda correção

Ibovespa cai 1,2% com pessimismo nos EUA e volta aos 125 mil pontos

Payroll, repercussão de balanços das big techs e produção industrial no Brasil: o que move o mercado

Mais na Exame