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Juro futuro reage em queda a dados fracos do varejo

Lá fora, a ata da reunião do Federal Reserve desmontou as expectativas de uma nova rodada de afrouxamento quantitativo

O resultado das vendas do varejo, que mostrou queda de 0,8% no conceito restrito, foi pior do que o piso esperado (Arquivo)

O resultado das vendas do varejo, que mostrou queda de 0,8% no conceito restrito, foi pior do que o piso esperado (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 18h58.

São Paulo - A queda nas vendas do varejo em maio, muito além do quadro mais pessimista traçado por economistas, trouxe novo dia de baixa para as taxas futuras de juros. E no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar novo corte de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 8% ao ano, os investidores passaram a jogar mais fichas na extensão do ciclo de relaxamento ou na manutenção da Selic em patamares baixos por um período mais longo. Antes, as apostas se concentravam em uma Selic de 7,50% no fim deste ano.

Lá fora, a ata da reunião do Federal Reserve desmontou as expectativas de que uma nova rodada de afrouxamento quantitativo pudesse ser adotada no curto prazo e contribuiu para a queda das bolsas nos Estados Unidos.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F nesta quarta-feira, o DI janeiro de 2013 (484.455 contratos) estava em 7,47%, de 7,50% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2014 (508.315 contratos) cedia para 7,64%, de 7,74% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (77.810 contratos) recuava para 9,06%, ante 9,20% na terça-feira, enquanto o DI janeiro de 2021 (2.455 contratos) indicava 9,73%, de 9,85% um dia antes.

O resultado das vendas do varejo, que mostrou queda de 0,8% no conceito restrito, foi pior do que o piso esperado na pesquisa do AE Projeções, de queda de 0,30%. No conceito ampliado, o declínio de 0,7% ficou abaixo da mediana negativa de 0,10%. As vendas de materiais de construção caíram 11,3%. Por outro lado, as vendas de veículos e motos, partes e peças aumentaram 1,5% ante abril. Na comparação com maio de 2011, houve recuo de 2,5% no volume de vendas.

Na avaliação dos técnicos do IBGE, assim como ajudou na desaceleração da inflação oficial, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, anunciada pelo governo em 21 de maio, deve resultar em uma recuperação das vendas do varejo ampliado em junho.

Até por isso, a maior parte do mercado acredita mesmo que o Banco Central deva optar por manter a parcimônia e reduzir a Selic em 0,50 ponto no encontro desta quarta-feira, pois teria mais tempo para acompanhar os efeitos das medidas domésticas e o comportamento externo.

No exterior, os mercados operaram, em boa parte do dia, divididos entre a notícia de que a Espanha adotará mais medidas de austeridade e a expectativa de que o Fed sinalizasse mais estímulos. A esperança, porém, não se confirmou e as bolsas norte-americanos se firmaram no vermelho. O documento mostrou que alguns membros do colegiado veem o enfraquecimento recente da economia dos EUA como transitório e poucos acreditam que será necessário mais afrouxamento.

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