SÃO PAULO, 6 de janeiro (Reuters) - As projeções de juros
operavam em alta nesta quinta-feira, dando continuidade a um
movimento recente em meio a incertezas sobre as políticas
fiscal e monetária do novo governo.

Às 10h25, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI)
janeiro de 2012 projetava 12,12 por cento, contra
12,09 por cento no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2013
estava em 12,34 ante 12,32 por cento.

"Hoje dá continuidade ao movimento de ontem, sobretudo na
alta dos janeiros 2012 e 2013. O mercado está preocupado com o
lado fiscal ruim e com um possível ruído na votação do
(salário) mínimo. Também há uma dúvida se (a Selic) vai subir
em janeiro", disse João Prado, da mesa de juro da Icap.

"Se não subir em janeiro, os DIs longos vão ficar mais
pressionados."

Na pauta do dia, o Banco Central anunciou medidas para
conter a alta do real, mas elas pouco impactaram o mercado de
juros.

"Não tem muito impacto direto, não. Claro, é mais uma
taxação (para o investidor no Brasil), mas não chega a impactar
os DIs", disse o consultor de investimentos de uma corretora
que preferiu não ser identificado.

O BC anunciou que vai impor depósito compulsório sobre o
valor da posição de câmbio vendida dos bancos. O depósito
compulsório será de 60 por cento sobre a posição que exceder o
menor dos seguintes valores: 3 bilhões de dólares ou patrimônio
de referência.

O mercado de juros futuros iniciou o pregão em queda, mas
reverteu rapidamente o movimento. O recuo foi motivado por um
dado de inflação mais benigno que o esperado.

o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI)
subiu 0,38 por cento em dezembro, ante alta de 1,58 por cento
em novembro, e previsão de analistas de 0,52 por cento.

(Reportagem de Vanessa Stelzer; Edição de Aluísio Alves)