JPMorgan vê possível saída de US$ 300 bilhões de mercado acionário
Grandes investidores de multiativos podem precisar deslocar dinheiro da renda variável para títulos de dívida
Karla Mamona
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 09h25.
Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 11h54.
(Bloomberg) - O reequilíbrio dos fluxos pode levar a um êxodo de cerca de US$ 300 bilhões dos mercados acionários globais até o fim do ano, de acordo com o JPMorgan Chase.
Grandes investidores de multiativos podem precisar deslocar dinheiro da renda variável para títulos de dívida após o forte desempenho das ações neste mês, escreveram estrategistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou em relatório na sexta-feira.
Esses investimentos incluem fundos mútuos balanceados, como portfólios 60/40 (60% de ações e 40% de títulos), planos de pensão de benefício definido dos EUA e alguns grandes investidores como o Norges Bank, que administra o fundo soberano da Noruega, e o plano de pensão do governo japonês GPIF, disseram os estrategistas.
“Vemos alguma vulnerabilidade no curto prazo nos mercados de renda variável vinda de fundos mútuos balanceados, um universo de US$ 7 trilhões, tendo que vender cerca de US$ 160 bilhões em ações globalmente com objetivo de reverter para sua meta de alocação 60:40 no final de novembro ou no final de dezembro, o mais tardar”, escreveram os estrategistas.
Se o mercado acionário subir em dezembro, pode haver US$ 150 bilhões adicionais em ações vendidas até o fim do mês por fundos de pensão, que tendem a se reequilibrar trimestralmente, acrescentaram.
Um indicador de ações globais da MSCI atingiu recorde em 16 de novembro. O índice acumula alta superior a 10% neste mês em meio a sinais positivos sobre o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 e menores preocupações com a eleição nos EUA. O índice Global-Aggregate Total Return Bloomberg Barclays subiu cerca de 1,5%.