JP Morgan (JPMC34) tem queda de 28% no lucro do 2T22
Segundo o banco, esse resultado foi provocado pelo aumento das provisões para dívidas duvidosas
Carlo Cauti
Publicado em 14 de julho de 2022 às 09h38.
O JP Morgan ( JPMC34) divulgou nestaquinta-feira, 14, os resultados do segundo trimestre de 2022.
Ente abril e junho o JP Morgan registrou uma receita de US$ 31,63 bilhões, abaixo das previsões de US$ 31,95 bilhões.
O lucro caiu 28% em relação ao ano anterior, para US$ 8,65 bilhões. Segundo o banco, esse resultado foi provocado pelo aumento das provisões para dívidas duvidosas, que chegaram em US$ 428 milhões no trimestre.
No mesmo período do ano passado, o resultado do JP Morgan tinha se beneficiado de uma liberação de reservas de US$ 3 bilhões.
A receita oriunda das atividades bancárias foi de US$ 3,2 bilhões, em queda de 37% em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita de Investment Banking foi de US$ 1,4 bilhão, queda de 61%, predominantemente impulsionada por menores comissões nos produtos bancários.
JP Morgan (JPMC34)alerta sobre possível crise econômica chegando
Segundo o maior banco dos Estados Unidos em ativos, a economia americana "continua crescendo e seja o mercado de trabalho quanto os gastos do consumidor e sua capacidade de gastar permanecem saudáveis”.
“Entretanto, a tensão geopolítica, a inflação elevada, a diminuição da confiança do consumidor, a incerteza sobre quão altas as taxas de juros serão e o aperto quantitativo nunca antes visto e seus efeitos na liquidez global, combinados com a guerra na Ucrânia e seu efeito prejudicial no setor de energia global e os preços dos alimentos provavelmente terão consequências negativas na economia global em algum momento”, alertou o JP Morgan no comunicado.
Por isso, o banco informou que suspendeu “temporariamente” a recompra de ações, para alcançar os níveis de capital regulatório. Uma decisão que muitos analistas já estavam temendo desde o começo de 2022.
No mês passado, o JP Morgan foi forçado a manter inalterado o nível de pagamento dos seus dividendos, enquanto os bancos rivais aumentaram os desembolsos.
Em abril deste ano, o JP Morgan foi o primeiro entre os grandes bancos americanos a começar a aumentar as provisões para dívidas duvidosas, reservando US$ 902 milhões no trimestre.
Uma decisão alinhada com a perspectiva mais cautelosa do CEO do banco, Jamie Dimon, que há semanas vem alertando sobre um “furacão” econômico que estaria a caminho.
As ações do JP Morgan caíram 2,5% nas negociações pré-abertura do mercado americano. Desde o começo do ano, os papéis do banco perderam 29%, superando o desempenho negativo do índice bancário KBW Bank Index.