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JBS: lucro mais do que dobra no 1º tri, mas cai na comparação com o 4T21

Última linha do balanço chegou aos R$ 5,1 bilhões, ante R$ 2 bi no ano anterior

Alavancagem da companhia também foi reduzida no período (Getty Images/Getty Images)
KS

Karina Souza

Publicado em 11 de maio de 2022 às 19h16.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 21h47.

A JBS comunicou nesta quarta-feira lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior, de R$ 2,1 bilhões. Mesmo forte, o resultado já mostra queda em relação ao quarto trimestre do ano passado, em que a última linha do balanço chegou aos R$ 6,5 bilhões.Fatores como o fim da pandemia e o alto consumo nos Estados Unidos, assim como o aumento da inflação – que influencia diretamente o consumo das famílias – contribuíram para os resultados da empresa.

Saindo do macro para o que afeta diretamente o setor (e o negócio), a companhia cita a alta do preço do gado como um dos pontos desafiadores para o mercado doméstico. "O preço médio continua em patamares elevados, em aproximadamente R$ 340/arroba, um crescimento de 11,1% na comparação anual, segundo dados do CEPEA-ESALQ", afirma.

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A redução no lucro líquido na comparação com os três meses encerrados em dezembro não tem como vilão único e exclusivo o aumento dos gastos, mas vai desde a primeira linha do balanço: a receita líquida no período foi de R$ 90,9 bilhões, sete bilhões menor do que a registrada no último trimestre do ano anterior. Ainda assim, registra expansão significativa diante da comparação anual, com aumento de 20,8%. Mesmo com a redução esperada entre o último trimestre e o primeiro do ano seguinte, a queda deste ano foi maior do que a registrada nesta comparação há um ano. No primeiro trimestre de 2021, a receita líquida foi de R$ 75,3 bilhões -- ante R$ 76,1 bilhões no quarto trimestre de 2020.

Todas as unidades de negócio tiveram expansão de receita na comparação anual. O maior crescimento em reais foi o da JBS Brasil, com 24,2% mais do que no mesmo período do ano passado -- mas 1,8% mais do que no último trimestre do ano anterior -- chegando a R$ 14,3 bilhões. A Pilgrim's Pride permanece como a maior em geração de receita para a companhia, com R$ 22,1 bilhões no período, redução de 1,6% em relação ao último trimestre de 2021.

O Ebitda da empresa foi de R$ 10,08 bilhões de reais, um avanço de 46,7% em relação aos três primeiros meses de 2021. O desempenho tem como destaques as unidades JBS Beef North America e a Pilgrim’s Pride (com R$ 4,1 bilhões e US$ 3,2 bilhões, respectivamente). Voltando à comparação entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro deste ano, houve queda de aproximadamente R$ 3 bilhões no Ebitda. No primeiro trimestre de 2021, a queda foi de R$ 100 milhões em relação ao quarto trimestre de 2020.

A margem Ebitda ajustada do período foi de 11,1%, dois pontos percentuais maior do que a registrada no mesmo período do ano anterior.

JBS Beef North America, Pilgrim's Pride

No caso da JBS Beef North America, a companhia destacou a oferta de gado estável durante o período, com aumento de 1,8% na produção comercial de carne bovina. "A demanda aquecida contribuiu positivamente para o aumento de receita, impulsionado principalmente pelo canal de food service e pelo sustentável desempenho do varejo na comparação com o mesmo período do ano anterior", afirma a companhia. Ao mesmo tempo, inflação dos insumos e aumento de mão de obra e logística foram desafios para a rentabilidade.

Em Pilgrim's Pride, os mesmos aspectos positivos são destacados, mas a companhia também pontua que teve um mix de produtos abaixo do ideal, devido a significativa escassez de mão de obra. Os fatores foram compensados pela rentabilidade no negócio mais "comoditizado", segundo o documento.

Futuro

No período, a companhia fez três aquisições -- Grupo King's, BioTech Foods e Rivalea -- que, somadas, têm um investimento de R$ 245,5 milhões. Segundo a companhia,as empresas vão contribuir com mais de US$ 2 bilhões em receita no futuro, sendo que US$ 250 milhões desse total já estarão disponíveis em 2022.

A dívida líquida do período foi de US$ 14 bilhões, aumento de US$ 1,6 bilhão na comparação com o fechmento de 2021. O principal fator que impactou o indicador foi o consumo de capital de giro de US$ 1,5 bilhão por fatores sazonais de pagamento de fornecedores e recomposição dos estoques.

A geração de caixa livre teve uma melhora de R$ 647,8 milhões na comparação anual, "devido à melhor performance operacional", segundo a companhia. A empresa encerrou o trimestre com R$ 17,3 bilhões em caixa e disponibilidade total de R$ 26,7 bilhões. A alavancagem em dólares foi reduzida de 1,67x para 1,53x na comparação anual. Em reais, reduziu de 1,76x para 1,36x.

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