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Itaú tira Petrobras, Hering e CCR de carteira Top Five

No lugar, entraram Suzano, Brasil Foods e AES Tietê, papéis mais defensivos para novos tempos

Via Dutra, administrada pela CCR: empresa foi substituída por AES Tietê pois Itaú Corretora acha que suas ações podem sofrer com a alta dos juros (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 12h41.

São Paulo - A Itaú Corretora reformulou sua carteira Top Five, de cinco papéis recomendados para os investidores, retirando três dos cinco indicados diante das mudanças no mercado financeiro da semana passada para cá. Saíram as ações preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras, e as ordinárias da Companhia Hering e da CCR Concessões Rodoviárias. No lugar, entraram Suzano Papel PNA, Brasil Foods (BRF) ON e AES Tietê PN. Continuam na carteira Vale PNA e Telefônica Brasil PN.

Medidas para segurar a inflação

A lógica da nova carteira é que a alta forte do dólar no Brasil, provocada pelos sinais de subida dos juros e maior aperto monetário nos Estados Unidos com a provável retirada dos estímulos financeiros para a economia, fará o governo brasileiro tomar medidas que terão impacto nas empresas. A alta do dólar, lembra a corretora, tem impacto importante em nossa política econômica pela pressão sobre a inflação, conforme relatório assinado pelos analistas Lucas Tambellini, Julia Moraes, Marcelo Rossi e Fabio Perina.

Três receitas para segurar a inflação

A Itaú Corretora lembra que o governo usou três instrumentos para controlar a inflação no passado. O primeiro, suavizar a desvalorização do real vendendo swaps cambiais ou dólar ao mercado. A medida vem sendo usada, mas com pouco efeito, lembra a corretora. Outro instrumento é continuar com os incentivos fiscais, reduzindo impostos sobre produtos específicos.

Haveria, porém, pouco espaço para isso, pois mais cortes de impostos afetariam as contas públicas. A corretora lembra que já há o risco de o superávit primário do governo, as despesas menos receitas, sem contar com os juros da dívida, não ser consistente com uma dívida líquida estável em relação ao PIB. As agências de risco já estariam inclusive cobrando isso do Brasil e ameaçando rebaixar a nota de crédito brasileira.

Um terceiro instrumento é apertar a política monetária, subindo juros. Essa, segundo a corretora, seria a opção viável para impedir a alta da inflação. O problema é que terá impactos negativos no crescimento do país e no emprego.


A Itaú corretora admite que não sabe qual será o novo nível do dólar após as mudanças nos Estados Unidos, nem o dos juros. Mas resolveu ajustar as recomendações de ações ao cenário de juros e dólar mais altos no Brasil e no mundo e um crescimento mais fraco do PIB.

Assim, foram retiradas as empresas que sofreriam mais com novo cenário e acrescentadas ações mais defensivas, em um cenário doméstico mais negativo ou que se beneficiam de um dólar mais alto.

Petrobras sofre com dívida em dólar

Por isso, a corretora optou por trocar Petrobras PN por Suzano PNA, uma vez que a estatal do petróleo “pode ser prejudicada se o câmbio continuar depreciado”. No último trimestre , a empresa tinha uma exposição cambial próxima a US$ 100 bilhões. Já o dólar mais forte tende a beneficiar a Suzano em suas exportações de celulose.

A CCR foi substituída por AES Tietê pois, embora continue otimista com a concessionária de rodovias, a Itaú Corretora acha que suas ações podem sofrer com a alta dos juros. A CCR tem boa parte da dívida atrelada à taxa básica Selic, e há o risco de a empresa sofrer com as manifestações e protestos contra o governo.

Já AES Tietê entrou na carteira por ser a preferida da corretora dentro do setor de energia, e estar projetando um ótimo retorno em dividendos, de 12,6% para este ano. “Nesse cenário de incertezas, acreditamos que ações que proporcionam bons dividendos deverão ter um desempenho melhor que as demais”, diz o relatório da corretora.

A saída de Hering se deve à possibilidade de a alta dos juros acabar reduzindo o emprego e aumentando a inadimplência, o que pode pesar sobre as empresas de consumo discricionário (que não é de primeira necessidade, como alimentos) no curto prazo. Nessa lógica, a corretora colocou BR Foods no lugar por ser um empresa mais defensiva em um cenário de dólar forte.

Segundo o Itaú, a carteira Top Five apresenta retorno no ano de -7,1%, para -22,8% do Índice Bovespa, e ganho de 10,2% em 12 meses, para -15,1% do índice.

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Medidas para segurar a inflação

A lógica da nova carteira é que a alta forte do dólar no Brasil, provocada pelos sinais de subida dos juros e maior aperto monetário nos Estados Unidos com a provável retirada dos estímulos financeiros para a economia, fará o governo brasileiro tomar medidas que terão impacto nas empresas. A alta do dólar, lembra a corretora, tem impacto importante em nossa política econômica pela pressão sobre a inflação, conforme relatório assinado pelos analistas Lucas Tambellini, Julia Moraes, Marcelo Rossi e Fabio Perina.

Três receitas para segurar a inflação

A Itaú Corretora lembra que o governo usou três instrumentos para controlar a inflação no passado. O primeiro, suavizar a desvalorização do real vendendo swaps cambiais ou dólar ao mercado. A medida vem sendo usada, mas com pouco efeito, lembra a corretora. Outro instrumento é continuar com os incentivos fiscais, reduzindo impostos sobre produtos específicos.

Haveria, porém, pouco espaço para isso, pois mais cortes de impostos afetariam as contas públicas. A corretora lembra que já há o risco de o superávit primário do governo, as despesas menos receitas, sem contar com os juros da dívida, não ser consistente com uma dívida líquida estável em relação ao PIB. As agências de risco já estariam inclusive cobrando isso do Brasil e ameaçando rebaixar a nota de crédito brasileira.

Um terceiro instrumento é apertar a política monetária, subindo juros. Essa, segundo a corretora, seria a opção viável para impedir a alta da inflação. O problema é que terá impactos negativos no crescimento do país e no emprego.


A Itaú corretora admite que não sabe qual será o novo nível do dólar após as mudanças nos Estados Unidos, nem o dos juros. Mas resolveu ajustar as recomendações de ações ao cenário de juros e dólar mais altos no Brasil e no mundo e um crescimento mais fraco do PIB.

Assim, foram retiradas as empresas que sofreriam mais com novo cenário e acrescentadas ações mais defensivas, em um cenário doméstico mais negativo ou que se beneficiam de um dólar mais alto.

Petrobras sofre com dívida em dólar

Por isso, a corretora optou por trocar Petrobras PN por Suzano PNA, uma vez que a estatal do petróleo “pode ser prejudicada se o câmbio continuar depreciado”. No último trimestre , a empresa tinha uma exposição cambial próxima a US$ 100 bilhões. Já o dólar mais forte tende a beneficiar a Suzano em suas exportações de celulose.

A CCR foi substituída por AES Tietê pois, embora continue otimista com a concessionária de rodovias, a Itaú Corretora acha que suas ações podem sofrer com a alta dos juros. A CCR tem boa parte da dívida atrelada à taxa básica Selic, e há o risco de a empresa sofrer com as manifestações e protestos contra o governo.

Já AES Tietê entrou na carteira por ser a preferida da corretora dentro do setor de energia, e estar projetando um ótimo retorno em dividendos, de 12,6% para este ano. “Nesse cenário de incertezas, acreditamos que ações que proporcionam bons dividendos deverão ter um desempenho melhor que as demais”, diz o relatório da corretora.

A saída de Hering se deve à possibilidade de a alta dos juros acabar reduzindo o emprego e aumentando a inadimplência, o que pode pesar sobre as empresas de consumo discricionário (que não é de primeira necessidade, como alimentos) no curto prazo. Nessa lógica, a corretora colocou BR Foods no lugar por ser um empresa mais defensiva em um cenário de dólar forte.

Segundo o Itaú, a carteira Top Five apresenta retorno no ano de -7,1%, para -22,8% do Índice Bovespa, e ganho de 10,2% em 12 meses, para -15,1% do índice.

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