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Itaú vê oferta de ações este ano no maior nível desde 2007

Enquanto companhias como a Tereos Internacional SA cancelam suas vendas, empresas varejistas, de infraestrutura e commodities vão liderar o aumento das ofertas neste ano

Apesar de o Ibovespa acumular perdas de 14% desde o início de 2011, a perspectiva brasileira a longo prazo é favorável (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 09h16.

Londres - O País terá o maior número de ofertas de ações desde 2007 neste ano, segundo o Banco Itaú BBA SA, o maior coordenador de emissão de ações do Brasil. Isso ocorrerá mesmo com companhias como a Tereos Internacional SA cancelando suas vendas e outras captando menos que o esperado.

“Estamos caminhando em direção a condições muito melhores e mais ofertas de ações do que nos últimos três anos”, disse Fernando Iunes, diretor do banco de investimento do Itaú BBA, em entrevista em 13 de julho, de Boston. “Nós vamos ver algumas empresas grandes ou operações robustas no mercado. Muitas empresas brasileiras precisam de fundos.”

Companhias do setor varejista, de infraestrutura e commodities vão liderar o aumento das ofertas neste ano, enquanto empresas como a Copersucar SA e a QGEP Participações SA buscam fundos para planos de expansão “ambiciosos” e a crescente classe média do País eleva seus gastos, disse Iunes. O Itaú BBA coordenou 19 operações neste ano, que totalizaram US$ 2,6 bilhões, segundo dados da Bloomberg. O banco com sede em São Paulo ficou em quarto no ranking de 2010, atrás do Citigroup Inc., Banco Santander SA e o Bank of America Merrill Lynch.

O Ibovespa acumula perdas de 14 por cento desde o início do ano até o fechamento de 15 de julho, o pior desempenho entre os 18 principais índices de ações do mundo acompanhados pela Bloomberg. Sete das dez companhias que fizeram abertura de capital no País neste ano foram negociadas abaixo da faixa de preço prevista, ou no limite inferior, incluindo a produtora de petróleo e gás QGEP e a corretora de seguros de saúde Qualicorp SA, controlada pelo Carlyle Group.


Vinte e cinco aberturas de capital e ofertas secundárias foram avaliados neste ano, totalizando R$ 16 bilhões, comparado aos R$ 22,4 bilhões das 18 operações do mesmo período de 2010, segundo dados compilados pela Bloomberg. Esse foi o maior volume desde 2007, quando no mesmo período foram avaliadas 40 ofertas totalizando R$ 26,6 bilhões.

Retração de vendas

“É verdade que algumas empresas foram afetadas porque seus pares estão sendo negociados a um preço baixo, então elas apresentam múltiplos menores do que antes”, disse Iunes. “Em segundo lugar, há uma aversão maior ao risco no mercado em geral, então há menos apetite para novas emissões. Os descontos nos IPOs estão maiores agora, refletindo as condições do mercado.”

Em 2010, foram avaliadas 49 ofertas de ações, totalizando R$ 141,8 bilhões, segundo dados da Bloomberg. O valor foi excepcional devido à captação recorde da Petróleo Brasileiro SA, de US$ 70 bilhões, disse Iunes.

A Copersucar disse que os fundos a serem levantados com a venda de ações, estimados em até R$ 2,7 bilhões, serão usados para quase dobrar a capacidade de escoamento de seu porto, de 5,5 milhões de toneladas métricas por ano para 10 milhões. A operação da exportadora de açúcar com sede em São Paulo seria a maior no Brasil desde outubro de 2009, quando o Santander captou R$ 13,2 bilhões na abertura de capital na BM&FBovespa.

Perspectiva ‘favorável’

Os investimentos em infraestrutura no País vão aumentar, com os gastos de até R$ 955 bilhões em quatro anos do governo da presidente Dilma Rousseff em estradas, aeroportos e projetos relacionados à Copa Mundial de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

“A perspectiva de longo prazo para o Brasil continua muito favorável para o mercado doméstico de investimentos em infraestrutura e consumo de commodities”, disse Iunes. “Nós sabemos de mais algumas companhias que estão planejando abrir capital, o que deve ocorrer no segundo semestre.”

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Londres - O País terá o maior número de ofertas de ações desde 2007 neste ano, segundo o Banco Itaú BBA SA, o maior coordenador de emissão de ações do Brasil. Isso ocorrerá mesmo com companhias como a Tereos Internacional SA cancelando suas vendas e outras captando menos que o esperado.

“Estamos caminhando em direção a condições muito melhores e mais ofertas de ações do que nos últimos três anos”, disse Fernando Iunes, diretor do banco de investimento do Itaú BBA, em entrevista em 13 de julho, de Boston. “Nós vamos ver algumas empresas grandes ou operações robustas no mercado. Muitas empresas brasileiras precisam de fundos.”

Companhias do setor varejista, de infraestrutura e commodities vão liderar o aumento das ofertas neste ano, enquanto empresas como a Copersucar SA e a QGEP Participações SA buscam fundos para planos de expansão “ambiciosos” e a crescente classe média do País eleva seus gastos, disse Iunes. O Itaú BBA coordenou 19 operações neste ano, que totalizaram US$ 2,6 bilhões, segundo dados da Bloomberg. O banco com sede em São Paulo ficou em quarto no ranking de 2010, atrás do Citigroup Inc., Banco Santander SA e o Bank of America Merrill Lynch.

O Ibovespa acumula perdas de 14 por cento desde o início do ano até o fechamento de 15 de julho, o pior desempenho entre os 18 principais índices de ações do mundo acompanhados pela Bloomberg. Sete das dez companhias que fizeram abertura de capital no País neste ano foram negociadas abaixo da faixa de preço prevista, ou no limite inferior, incluindo a produtora de petróleo e gás QGEP e a corretora de seguros de saúde Qualicorp SA, controlada pelo Carlyle Group.


Vinte e cinco aberturas de capital e ofertas secundárias foram avaliados neste ano, totalizando R$ 16 bilhões, comparado aos R$ 22,4 bilhões das 18 operações do mesmo período de 2010, segundo dados compilados pela Bloomberg. Esse foi o maior volume desde 2007, quando no mesmo período foram avaliadas 40 ofertas totalizando R$ 26,6 bilhões.

Retração de vendas

“É verdade que algumas empresas foram afetadas porque seus pares estão sendo negociados a um preço baixo, então elas apresentam múltiplos menores do que antes”, disse Iunes. “Em segundo lugar, há uma aversão maior ao risco no mercado em geral, então há menos apetite para novas emissões. Os descontos nos IPOs estão maiores agora, refletindo as condições do mercado.”

Em 2010, foram avaliadas 49 ofertas de ações, totalizando R$ 141,8 bilhões, segundo dados da Bloomberg. O valor foi excepcional devido à captação recorde da Petróleo Brasileiro SA, de US$ 70 bilhões, disse Iunes.

A Copersucar disse que os fundos a serem levantados com a venda de ações, estimados em até R$ 2,7 bilhões, serão usados para quase dobrar a capacidade de escoamento de seu porto, de 5,5 milhões de toneladas métricas por ano para 10 milhões. A operação da exportadora de açúcar com sede em São Paulo seria a maior no Brasil desde outubro de 2009, quando o Santander captou R$ 13,2 bilhões na abertura de capital na BM&FBovespa.

Perspectiva ‘favorável’

Os investimentos em infraestrutura no País vão aumentar, com os gastos de até R$ 955 bilhões em quatro anos do governo da presidente Dilma Rousseff em estradas, aeroportos e projetos relacionados à Copa Mundial de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

“A perspectiva de longo prazo para o Brasil continua muito favorável para o mercado doméstico de investimentos em infraestrutura e consumo de commodities”, disse Iunes. “Nós sabemos de mais algumas companhias que estão planejando abrir capital, o que deve ocorrer no segundo semestre.”

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