Mercados

“Irracionalidade não ajuda”: o recado do diretor da OMS aos investidores

Tedros Adhanonm Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, diz que "precisamos analisar os fatos em vez de entrar em pânico"

Coronavírus: na sexta-feira OMS elevou o nível de ameaça internacional para “muito alta&#8221 (Issei Kato/Reuters)

Coronavírus: na sexta-feira OMS elevou o nível de ameaça internacional para “muito alta&#8221 (Issei Kato/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2020 às 06h33.

Última atualização em 2 de março de 2020 às 07h13.

São Paulo — Os investidores estão reagindo de forma exagerada ao surto de coronavírus? Para Tedros Adhanonm Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), a resposta é “sim”.

“Precisamos continuar a ser racionais. Irracionalidade não ajuda. Precisamos lidar com os fatos”, disse durante um painel com um jornalista da CNBC, em Riad, na Arábia Saudita. “Precisamos analisar os fatos em vez de entrar em pânico”.

Ghebreyesus vem sendo criticado por uma eventual lenta resposta da OMS à epidemia de coronavírus. Em Riad, ele voltou a afirmar que a contenção da doença é possível, mas afirmou que “a janela de oportunidade” está se fechando e que precisamos estar preparados para uma pandemia.

Na sexta-feira a instituição elevou a ameaça internacional do coronavírus de “alta” para “muito alta”, a mais grave de seus sistema de alertas. A mudança aconteceu, segundo a OMS, pela dificuldade de alguns países de conterem a disseminação da doença.

O número de mortos pela doença ultrapassou nesta segunda-feira os 3 mil — são 3.048 mortes, e 89.197 casos confirmados até as 6h30 de Brasília. O Brasil teve ontem seu segundo caso confirmado, de um funcionário da XP Investimentos que voltou de viagem de lazer à Itália na quinta-feira. Os Estados Unidos, por sua vez, tiveram sua primeira morte confirmada, além de reportar o primeiro caso de doença no estados de Nova York.

Na semana passada as bolsas mundo afora tiveram sua pior semana desde a crise de 2008. O índice americano S&P 500 recuou 11,5%, e o Europeu Euro Stoxx 50 caiu 12,4%. No Brasil, o Ibovespa caiu 8,43% em apenas três pregões de negociação entre a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira. O dólar fechou fevereiro em novo recorde nominal, em 4,48 reais, e pode seguir avançando enquanto as incertezas globais continuarem no radar, calculam analistas.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresCoronavírusExame HojeIbovespaOMS (Organização Mundial da Saúde)

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado