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IPO do Burguer King Brasil fecha semana mais agitada em 4 anos

Com IPOs levantando 2,1 bilhões de reais, esta foi a semana mais movimentada no mercado de capitais brasileiros no período

Bolsa: novas listagens este ano no país atingiram 5,5 bilhões de reais, um valor maior que o combinado dos últimos três anos (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: novas listagens este ano no país atingiram 5,5 bilhões de reais, um valor maior que o combinado dos últimos três anos (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 09h52.

Última atualização em 15 de dezembro de 2017 às 13h28.

O operador da rede Burger King no Brasil e seus acionistas levantaram 2,2 bilhões de reais em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na quinta-feira, assumindo posição de destaque na semana mais movimentada para o mercado de capitais brasileiro em mais de quatro anos.

A BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes SA, que opera cerca de 630 restaurantes do Burger King no país, precificou a oferta a 18 reais, no topo da faixa indicativa de 14,50 a 18 reais, de acordo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O IPO atraiu uma demanda quase quatro vezes superior à oferta, segundo três pessoas com conhecimento do assunto. Isso permitiu aos bancos coordenando a emissão elevar o tamanho original da operação, de 106,5 milhões de ações, em 15 por cento, para 122,5 milhões, exercendo o chamado lote suplementar de ações.

Não estava claro se haveria a venda de lote adicional de ações, equivalente a 20 por cento do tamanho original da oferta.

A rede de restaurantes receberá cerca de 886 milhões de reais com a venda das novas ações e planeja usar os recursos para financiar a expansão.

Acionistas vendendo parte das ações, incluindo o grupo controlador Vinci Partners Investimentos Ltda, receberão cerca de 1,3 bilhão de reais, conforme o documento enviado à CVM.

Uma das fontes com conhecimento do assunto disse que os investidores compraram uma rede que entregou taxas consistentes de crescimento mesmo durante a mais severa recessão econômica do país em décadas.

Esta foi a semana mais movimentada no mercado de capitais brasileiro em mais de quatro anos, com IPOs levantando 2,1 bilhões de dólares. As novas listagens este ano no país atingiram 5,5 bilhões de dólares, um valor maior que o combinado dos últimos três anos.

Uma lenta recuperação econômica, taxas de juro mais baixas e o avanço da bolsa brasileira encorajaram a retomada do mercado de capitais este ano.

Na quarta-feira, a estatal Petrobras movimentou 5 bilhões de reais com a venda de uma participação de 27,85 por cento em sua subsidiária BR Distribuidora.

A precificação da BR Distribuidora ficou no piso da faixa indicativa, com investidores preocupados com o cenário político e os riscos macroeconômicos um ano antes das eleições presidenciais de 2018.

A estreia das ações está prevista para sexta-feira.

Na quinta-feira, acionistas da Neoenergia decidiram adiar o IPO da companhia, recusando-se a reduzir o preço sugerido para as ações.

Na segunda-feira, uma oferta secundária da Companhia de Saneamento do Paraná gerou 302 milhões de reais para os acionistas.

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