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Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2011 às 15h44.
Cartagena - Após uma primeira etapa na qual os investidores internacionais entraram em pânico e decidiram diminuir sua aposta na América Latina, eles voltarão a olhar com perspectiva e a investir com força na região, atraídos pelos sólidos dados macroeconômicos e pelos altos retornos.
Essa é a previsão de diferentes especialistas e analistas consultados pela Agência Efe no marco do 3º congresso de uma associação de comissários da Bolsa da Colômbia, realizado nesta semana na cidade caribenha de Cartagena.
Nas últimas semanas, os mercados financeiros apresentaram uma alta volatilidade, com quedas e altas das bolsas que não conseguiram compensar as quedas iniciais, devido ao nervosismo dos investidores que temem que as crises na Europa e nos Estados Unidos provoquem uma nova recessão mundial.
Os analistas coincidem que esta situação de pânico se manterá apenas a curto prazo, pois os investidores se fixarão nos sólidos dados macroeconômicos da América Latina e voltarão a apostar nos mercados emergentes da região e de outras partes do mundo.
O último relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado em meados de junho, calcula que a América Latina crescerá a um ritmo de 4,6% em 2011 e de 4,1% em 2012.
A maioria de analistas não sabe dizer quando desaparecerá a turbulência financeira e os investidores voltarão a ver a região com bons olhos. Apesar disso, o presidente do grupo Aval, o maior conglomerado bancário da Colômbia, Luis Carlos Sarmiento espera que em um período de seis meses já seja possível ver uma "tranquilidade relativa".
"Quando as águas se acalmarem e as consequências do que está ocorrendo estiverem claras, eu acho que os países emergentes estarão em uma posição muito positiva", ressalta o presidente da Bolsa de Valores da Colômbia (BVC), Juan Pablo Córdoba.
Córdoba lembra que nos próximos anos tanto a Europa quanto os EUA crescerão "lentamente" porque retirarão estímulos fiscais e monetários para reduzir seus níveis de endividamento e assegurar sua consolidação fiscal.
"Os países emergentes terão o maior nível de crescimento e, portanto, o investimento vai fluir para estes mercados", conclui o presidente da BVC.
"Existe uma probabilidade muito alta de que aumente o interesse de alguns investidores em títulos dos Estados latino-americanos", acrescenta o presidente do banco colombiano Davivienda, Efraín Forero.
No entanto, o presidente do grupo Interbolsa, Rodrigo Jaramillo, considera que, embora estejam sendo vendidos a baixos preços, ainda é cedo para começar a comprar ativos na região.